O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse nesta segunda-feira (26) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai opinar sobre a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa. A eleição para a nova presidência da Câmara está marcada para fevereiro de 2025. “Os três pré-candidatos têm o apreço do governo. Ele [Lula] colocou que não ia opinar sobre um ou outro candidato”, afirmou Guimarães após a reunião entre Lula e líderes partidários no Palácio do Planalto.
“Sobre o processo de eleição na Câmara, ele levantou que esse processo termine bem e que quem ganhar a eleição, será o primeiro a se reunir com ele para discutir o respeito e parceria institucional entre Executivo e Legislativo”, concluiu Guimarães. A reunião dos líderes com Lula ocorreu a portas fechadas e durou cerca de duas horas.
Até o momento, os principais nomes cotados para suceder Lira são o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), e os líderes do PSD, Antonio Brito (BA), e do União Brasil, Elmar Nascimento (BA).
Ainda segundo o líder do governo, o presidente demonstrou interesse em estreitar a relação entre a Presidência da República e as bancadas parlamentares, mesmo em um semestre marcado pelas eleições municipais, que tradicionalmente esvaziam a Câmara dos Deputados. Os líderes sugeriram ao presidente que ele ouvisse mais as bancadas e lideranças para fortalecer as relações.
Lula também demonstrou otimismo em relação à votação da reforma tributária, e voltou a falar do desejo de ver a matéria concluída no Congresso ainda neste ano. Atualmente, dois projetos de regulamentação da Emenda Constitucional sobre a reforma tributária do consumo estão em discussão no Congresso: um na Câmara dos Deputados, onde ainda restam os destaques a serem votados, e outro no Senado, que está em fase de discussão nas comissões.
Os desafios com a segurança pública também foram pauta da reunião. Os líderes chamaram atenção de Lula para o crescimento da violência. O presidente teria dito que deve chamar os 27 governadores nas próximas semanas para sugerir um pacto para a segurança pública do país.
Emendas parlamentares
A discussão sobre as emendas parlamentares também foi abordada pelos líderes durante a reunião com o presidente Lula. O encontro ocorre em meio ao impasse causado pela suspensão do pagamento de emendas impositivas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na semana passada, representantes do STF, do Legislativo e do Executivo chegaram a um acordo para desenvolver uma proposta que garanta mais transparência e rastreabilidade nas emendas parlamentares.
Segundo Guimarães, o clima na reunião foi “tranquilo” e o encontro foi considerado “produtivo”. No entanto, ainda não há um esboço concreto de como será o modelo para aumentar a transparência nas emendas.
R7
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