O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chorou nesta quinta-feira (15) ao relembrar os 580 dias de prisão em Curitiba, no Paraná, após condenação na Lava Jato.
Durante discurso em uma fábrica de fertilizantes em Araucária (PR), o petista se emocionou ao relembrar o apoio de militantes do PT que montaram um acampamento em frente à Superintendência da Polícia Federal no Paraná, onde ficou preso em uma sala especial. E também chorou ao falar sobre a Petrobras.
"Sou muito grato ao trabalho que [os apoiadores] fizeram durante os 580 dias que fiquei na Polícia Federal. Tem gente que consegue gravar uma musica que gosta pro resto da vida. Quando ouve uma música, nunca mais esquece. A minha música eram os três "bom dia", de manha, de tarde e de noite", afirmou.
"Todo santo dia fazendo frio, calor ou chovendo, domingo ou feriado, eu via da cela, que eu estava todo dia, o pessoal cantar, cantar parabéns, comemorar aniversario, aquilo marcou minha vida", emendou Lula emocionado.
Na sequência, Lula disparou ataques ao ex-juiz Sergio Moro, que o condenou, e aos integrantes do Ministério Público Federal que integravam a força-tarefa da Lava Jato que o denunciou, relembrando o momento em que se entregou para ser preso.
No pronunciamento, o presidente evitou citar os nomes de Moro e dos procuradores da Lava Jato.
"Eu vou me entregar na Polícia Federal e vou lá pra dentro. Vou perto daquele juiz insignificante. Vou perto daqueles procuradores da República que faziam parte de uma quadrilha dentro do Ministério Público. Eu vou lá para provar a minha inocência", afirmou Lula.
Lula foi condenado à prisão pelo ex-juiz Sergio Moro pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do Triplex de Guarujá (SP). A condenação foi referendada, em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que elevou a pena imposta ao petista.
Essa e outras condenações contra o petista foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, que entendeu que não cabia à 13ª Vara Federal de Curitiba – que estava nas mãos de Sergio Moro – julgar os casos.
Petrobras
Vestindo um uniforme da Petrobras, Lula disse estar orgulhoso da empresa, cuja reputação, na avaliação de Lula "tentaram destruir".
"Conseguiram criar um imaginário que todo mundo na Petrobras era ladrão [...] Se você quer prender um ladrão, prenda, mas não pode destruir a empresa, os empregos, a sua engenharia e sua empresa de petróleo. A Petrobras jamais vai acabar, quando não tiver petróleo, vai se especializar em outro tipo de energia", declarou o petista.
Além do presidente Lula, estavam presentes o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
A fábrica de fertilizantes nitrogenados, em Araucária, no Paraná, foi fechada em 2020 no governo Jair Bolsonaro, durante a pandemia da Covid-19.
g1
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