O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (15), que o Brasil e a China “estão pavimentando o caminho certo para elevar a parceria estratégica global a um novo patamar”, com forte atuação na área tecnológica. O brasileiro fala também em apoio do gigante asiático na proposta de reforma da governança de organismos multilaterais.
“Sobre essas bases sólidas, China e Brasil estão pavimentando o caminho certo para elevar a Parceria Estratégica Global a um novo patamar, com forte componente de cooperação tecnológica e que será capaz de promover resultados verdadeiramente transformadores para nossas sociedades”, disse.
O presidente da China, Xi Jinping, vai se encontrar com o brasileiro em novembro, às margens da cúpula do G20, o grupo que reúne as principais economias do mundo. As diplomacias brasileira e chinesa têm organizado a agenda dos líderes, que envolve o anúncio de projetos em conjunto entre os dois países.
“A estreita coordenação entre nossos países em temas de interesse global seguirá contribuindo para uma ordem mundial multipolar, assentada sobre os valores do multilateralismo e do direito internacional. O comum apreço pelo diálogo nos permite promover soluções baseadas na diplomacia e na negociação, como demonstra nossa proposta conjunta para o conflito na Ucrânia”, argumenta Lula.
A declaração está contida em artigo escrito por Lula e publicado no China Daily. “Para além da densa agenda bilateral, China e Brasil são parceiros de longa data nos BRICS, no G-20, nas Nações Unidas e em muitos outros fóruns internacionais. Trabalhamos juntos para promover a paz, a segurança e o desenvolvimento. Apoiamos uma reforma da governança global que a torne mais eficaz, justa e representativa dos interesses do Sul Global”.
O texto destaca que a China consolidou-se como o maior parceiro comercial do Brasil em 2009. Nos últimos setes anos, o Brasil tem sido o maior fornecedor externo de alimentos para a China. “Em 2023, o comércio bilateral atingiu um recorde de US$ 157 bilhões, com um superávit brasileiro inédito de US$ 51 bilhões. Nossas exportações somaram US$ 104 bilhões, superando o somatório das vendas para os Estados Unidos e a União Europeia”, aponta.
Rota da Seda
Nesta semana, Lula confirmou que vai discutir com os chineses a nova rota da seda. A medida tem sido discutida entre os diplomatas brasileiros e chineses. Lançada em 2013, a iniciativa visa formar uma rede global de infraestrutura, com ferrovias, hidrovias e rodovias. Durante a visita do petista a Pequim, no ano passado, o Brasil não anunciou o ingresso ao projeto, o que frustrou a expectativa da China.
“Os chineses querem discutir conosco a rota da seda, nós vamos discutir a rota da seda, não vamos fechar os olhos não. O que tem para nós? O que eu tenho com isso? O que eu ganho? O Brasil precisa estar preparado porque depois do G20 eu tenho uma bilateral, aqui em Brasília, com a China. É uma reunião que vamos comemorar os 50 anos de relação diplomática, mas é uma reunião que a gente vai discutir uma parceria estratégica de longo prazo. Ou seja, queremos ser uma economia mais forte que já fomos e nós precisamos de buscar parceiros”, disse Lula.
“E não pense que quando eu falo da China, eu quero brigar com os Estados Unidos. Pelo contrário, eu quero os Estados Unidos do nosso lado tanto quanto a China. Eu quero saber é onde nós entramos, qual é o lugar que eu vou entrar, com quem eu vou dançar. Porque o Brasil precisa se respeitar, e aí vai se respeitar quando tiver projeto”, completou.
R7
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