A Polícia Federal disse ao Supremo que não há informações sobre a possível inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados para entrar nos Estados Unidos.
Segundo a PF, foi encaminhado um pedido de Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal à Autoridade Central dos Estados Unidos, solicitando informações sobre a legalidade ou ilegalidade do ingresso nos EUA das pessoas investigadas nos autos do procedimento, especialmente a utilização de certificados de vacinação contra a Covid-19 na entrada, permanência e saída do país, nos anos de 2021, 2022 e 2023.
“Importante ressaltar que o Departamento de Justiça americano – DOJ relatou que o U.S. Customs and Border Protection (CBP) não possui registros se os investigados supramencionados apresentaram comprovantes de vacinação contra a COVID-19. Da mesma forma, os registros de controle de entrada e saída do território americano não trazem as informações se os investigados alegaram que foram vacinados ou que estavam isentos de apresentarem requisitos de vacinação”, disse a PF.
Em abril, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que a Polícia Federal realizasse mais investigações após analisar o relatório que indiciou o ex-presidente pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas da Covid-19.
Relembre
A apuração revela que o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a sua pauta ideológica – no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19″. As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal.
Segundo a PF, Bolsonaro cometeu o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações em 21 de dezembro de 2022 ao incluir o registro de vacinação contra a Covid-19 dele e da filha Laura Bolsonaro no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde.
A investigação da Polícia Federal constatou que o ex-presidente “agiu com consciência e vontade” ao exigir que o documento dele fosse fraudado para que constasse o registro de vacinação contra a Covid-19. O ex-presidente negou à PF que tenha feito a solicitação.
R7
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