Novembro 23, 2024

Lula defende acordo entre Mercosul e União Europeia e critica exigências europeias Featured

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta segunda-feira (15) o acordo entre Mercosul e a União Europeia. Em coletiva de imprensa realizada ao lado do presidente da Itália, Sergio Mattarella, o líder brasileiro afirmou que os europeus precisam resolver as próprias contradições e criticou medidas impostas nas negociações.

“Reiterei ao presidente italiano o interesse do Brasil em concluir, quanto antes, um acordo com a União Europeia que seja equilibrado e que contribua com o desenvolvimento das duas regiões. Explicitei que o avanço das negociações depende de os europeus resolverem suas próprias contradições internas”, disse Lula.

“Medidas como a taxa de carbono imposta de forma unilateral, pela União Europeia, pode afetar 5 dos 10 produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano. A redução do CO² é imperativa, mas não deve ser feita com base em medidas unilaterais que vão impactar a vida dos produtores brasileiros e dos consumidores italianos”, completou.

Se concluído, o acordo vai formar uma das maiores áreas de livre comércio do planeta, com quase 720 milhões de pessoas, 20% da economia global e 31% das exportações mundiais de bens. Com o tratado, em torno de 95% de todos os bens industriais terão o imposto de importação para entrar no mercado europeu zerado em até dez anos, sendo que mais da metade desses produtos — quase 3.000 — terá o benefício imediato na entrada em vigor do acordo, diz a confederação.

Entraves
Uma das questões apresentadas pela União Europeia está relacionada às compras governamentais. O bloco quer que o Mercosul autorize as empresas da Europa a participar, em condição de igualdade, de licitações em países sul-americanos, e vice-versa. Essas compras envolvem a aquisição de bens, a execução de obras e afins.

Na visão do governo brasileiro, a medida pode prejudicar a indústria nacional, uma vez que o Executivo adquire produtos de diversas áreas, como saúde e agricultura. Em uma eventual participação de países europeus nas licitações, o Brasil poderia ter a produção interna prejudicada ou não suficientemente estimulada. A contraproposta pede a revisão de condições estabelecidas para essa categoria.

Há entraves também nas questões ambientais. Os países da Europa querem a garantia de que a intensificação do comércio entre os blocos não vai resultar no aumento de destruição ambiental no Brasil e nas demais nações do Mercosul. Em contrapartida, o lado brasileiro é a favor de que não haja distinção na aplicação de eventuais sanções, ou seja, de que ambos os lados sejam penalizados da mesma forma em caso de descumprimento.

R7
Portal Santo André em Foco

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