Novembro 23, 2024

Lula diz que governo pode tomar medidas contra alta do dólar: ‘Não é normal’ Featured

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (2), que o governo federal deve tomar providências em relação à especulação financeira que tem fomentado a alta do dólar contra o real. O chefe do Executivo voltou a dizer que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem viés político.

“Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação. Há um jogo de interesse de especulativo contra o real nesse país. E eu tenho conversado com as pessoas, o que a gente vai fazer, quarta-feira eu vou voltar, tenho reunião, porque não é normal o que está acontecendo”, disse Lula.

“O Banco Central tem uma função que é cuidar da política monetária, de atingir a meta da inflação. Nós acabamos de aprovar a meta contínua de 3% e nós vamos tentar buscar isso. O que não dá é ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Definitivamente eu acho que ele tem viés político. Mas não posso fazer, ele tem mandato e tenho que esperar terminar o mandato”, completou.

As declarações foram dadas por Lula durante entrevista para uma rádio baiana. Recentemente, o presidente afirmou que o preço do dólar tem subido devido ao processo de especulação financeira e sugeriu que o Banco Central investigasse a medida. A reportagem procurou a instituição diversas vezes, mas não obteve nenhum retorno.

Os derivativos citados pelo presidente são ativos vinculados a outros ativos, como índices, dólar, petróleo, café, soja e ações. Dessa forma, não possuem valor intrínseco, uma vez que dependem do valor base do ativo de referência. Essas operações funcionam na espécie de uma proteção ou seguro. Se os investidores avaliam que o cenário econômico pode piorar, vão preferir fazer as operações antes.

Em um cenário econômico negativo, o mercado antecipa essas negociações. E aí gera o problema, uma vez que as antecipações podem causar efeitos como desvalorização da moeda, retirada precipitada de saques e inflação.

“A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do Banco Central não fique vulnerável as pessoas políticas... Agora, não pode estar a serviço do sistema financeiro, do mercado”, argumentou Lula.

O mandato de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central termina em dezembro. Na ocasião, Lula deverá indicar o futuro presidente da instituição. Um dos cotados para o cargo é do economista Gabriel Galípolo.

R7
Portal Santo André em Foco

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