Em reunião do G7 nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a concentração de renda e desenvolvimento da inteligência artificial (IA) na "mão de poucos".
Lula afirmou que um dos desafios atuais é encarar o avanço da tecnologia e as mudanças climáticas sem perder o foco nas pessoas e na preservação do planeta.
O presidente declarou que os benefÃcios da inteligência artificial devem ser usufruÃdos por todos os paÃses.
"Na área digital, vivenciamos concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de paÃses. A inteligência artificial (IA) acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias", disse.
O presidente está na Itália, local escolhido para sediar a reunião de cúpula do G7. O Brasil participa do encontro como convidado.
O G7 reúne as nações democráticas mais ricas do mundo: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão.
Lula disse ter interesse em uma tecnologia "segura, transparente e emancipadora", que não contribua para guerra e que seja capaz de promover a "integridade da informação" e incentivar polÃticas de preservação ambiental.
O presidente ainda defendeu um sistema de "governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial" em que todos os paÃses tenham assento para discussões.
O presidente também falou sobre a importância de tributar as grandes riquezas.
"Já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia", disse o presidente.
Brasil na presidência do G20
Lula lembrou que, na quinta-feira (13), afirmou durante evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que é preciso incentivar bons empregos e inclusão social, temas que estão entre as prioridades do Brasil à frente do G20. Por isso, a ideia de taxar fortunas no mundo todo.
"É nesse contexto de combate às desigualdades que se insere a proposta de tributação internacional justa e progressiva que o Brasil defende no G20", declarou.
O presidente também repetiu que é importante alterar mecanismos de pagamento de dÃvida de paÃses africanos, que têm dificuldades para investir em saúde e educação.
"Sem agregar valor a seus recursos naturais, os paÃses em desenvolvimento seguirão presos na relação de dependência que marcou sua história", disse.
O discurso de Lula não foi transmitido pela emissora oficial do governo. A imprensa recebeu uma transcrição da fala do presidente no encontro.
O presidente Lula teve 5 minutos para discursar durante a sessão da cúpula.
Cúpula do G7
O encontro começou na quinta-feira (13) e, nesta sexta, eles se juntaram aos paÃses emergentes. O Brasil foi convidado a participar dos debates pela oitava vez, assim como outras nações.
O principal tema do G7 foi a ajuda à Ucrânia, e houve racha no grupo em outro tema: o aborto.
Em vitória de Giorgia Meloni (premiê da Itália), o rascunho do documento final não tem menção ao direito ao aborto.
O encontro também contou com a presença do Papa Francisco.
O Ministério de Relações Exteriores (MRE) antecipou o assunto que nortearia o discurso do presidente no evento da Itália:
? O G20 é o fórum internacional que reúne as principais economias do mundo, e é liderado pelo Brasil até novembro deste ano. Esta é a primeira vez que o governo brasileiro assume o comando do bloco.
A Cúpula do G20, que reunirá os chefes de Estado de todos os paÃses-membros, está marcada para novembro deste ano, no Rio de Janeiro.
Nesta quinta-feira (13), Lula participou de agendas em Genebra, na SuÃça, como a 112ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A OIT é um braço da Organização das Nações Unidas (ONU). A cúpula visa promover o trabalho digno e os direitos humanos no mundo.
Após a reunião, Lula falou sobre igualdade de trabalhos entre homens e mulheres, sobre o mercado financeiro e sobre guerras. Nesta sexta, voltou a falar sobre a importância de se trilhar um caminho para a paz.
g1
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