Novembro 23, 2024

Guinada à direita da Europa afeta viagem de Lula

A viagem do presidente Lula à Europa ao final desta semana será politicamente afetada pela guinada à direita da Europa, confirmada pelas eleições para o parlamento europeu, que registraram crescimento inédito das forças radicais de contorno ultraconservador. Lula fala nesta quinta na Organização Internacional do Trabalho (OIT), num discurso cujo cunho de defesa dos pilares da democracia e de ataque ao extremismo será reforçado.

O mesmo deve ocorrer durante participação, como convidado, do mandatário brasileiro na reunião do G7, que acontece na Itália e terá como anfitriã e estrela política a primeira-ministra Georgia Meloni, ela própria um expoente da direita ultraconservadora na Europa.

O aspecto mais “chocante” para o governo petista é a ascensão consistente desta corrente política na França. Historicamente, o país tem laços importantes com a esquerda brasileira, que agora assiste à nação de Macron guinar vertiginosamente à direita, numa aparente “fadiga de material” do discurso de seu presidente e das reformas que ele implementou na contramão da vontade popular, como a da Previdência. As razões da insatisfação generalizada estariam também relacionadas à má gestão de problemas relacionados à migração ilegal e à segurança pública.

Lula vai encontrar um cenário fortemente protecionista e nacionalista, cada vez mais avesso aos movimentos de abertura comercial para produtos brasileiros. As bases para um acordo entre Mercosul e União Europeia devem encontrar ainda mais resistência. O ambiente impactado pelas eleições para o parlamento europeu funcionam como uma espécie de “ducha de água fria” para os negociadores brasileiros e para o próprio presidente.

Na Itália, estão confirmados encontros bilaterais de Lula com o indiano recém reconduzido ao poder, Narendra Modi, e com o papa Francisco.

Um outro argentino também estará presente, como convidado, à cúpula das 7 nações que representam 67% da riqueza mundial: Javier Milei, presidente da Argentina. Lula vem evitando encontros com o chefe da Casa Rosada, considerado um desafeto pessoal do brasileiro, e é a primeira vez que ambos estarão no mesmo ambiente, durante a cúpula do G7.

A postura institucional do Brasil, no entanto, é de cooperação com os argentinos, embora as relações entre os dois chefes de estado permaneçam “na estaca zero”, conforme fonte da diplomacia brasileira.

R7
Portal Santo André em Foco

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