O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em discurso nesta sexta-feira (15) que a extrema-direita "raivosa" e "bruta" põe em risco a democracia no mundo todo. Lula citou como exemplo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Argentina, Javier Milei.
O comentário de Lula ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou o sigilo dos depoimentos de militares e políticos à Polícia Federal sobre a trama golpista elaborada pelo governo anterior.
À PF, o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, confirma que Bolsonaro apresentou aos então comandantes das Forças Armadas, no fim de 2022, uma minuta de decreto golpista.
O almirante Baptista Jr., ex-comandante da Aeronáutica, afirmou que, em uma reunião, Freire Gomes alertou Bolsonaro de que iria prendê-lo caso o ex-presidente seguisse adiante com a trama golpista.
Lula não mencionou esses depoimentos diretamente, mas ocupou parte de seu discurso durante um evento em Porto Alegre a defender a democracia.
"O que corre risco no mundo é a democracia. Corre risco pelo fascismo, corre risco pelo nazismo, corre risco pela extrema-direita raivosa, ignorante, bruta, que ofende as pessoas, que não acredita nas pessoas. E nós temos a obrigação de dizer isso para nossa juventude, que muitas vezes é muito imediatista. Muitas vezes é mais fácil a gente ser contra do que gente pensar, porque uma bobagem você não tem que pensar, você fala", disse Lula.
Em outro momento, o presidente fez críticas a políticos extremistas.
"É o Milei na Argentina. Quer fechar Banco Central, passar serrote. É aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome. Até hoje ele não reconhece a derrota dele. Outro dia ele falou que não sabe como perdeu", explicitou Lula.
"Tem um outro tipo de político que, quando não faz nada, ele inventa briga. Ele mente, ele provoca, ele monta uma fábrica de fake news para não ter que se justificar por cobrança de nenhuma obra. Como ele não quer prestar conta, porque ele não fez nada, ele então vive de encrenca, vive de provocação", completou o presidente.
Ministro comenta
Após o evento, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, afirmou que ficou "estarrecido" com as falas dos militares.
"Fiquei estarrecido com a gravidade das informações. Espero que o poder Judiciário possa concluir o mais rapidamente esse inquérito, que o Bolsonaro e os familiares dele possam ter amplo direito de defesa e que a Justiça tome uma decisão", afirmou Pimenta.
"Identificando os indícios de crime, se forem devidamente comprovados, que ele possa responder por esses crimes. Não é um tema do governo, não conversei com o presidente Lula sobre isso. É um tema dos partidos, é um tema da sociedade", completou.
g1
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