O ex-presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria admitir que se expressou mal ao comparar o alto número de mortes de civis palestinos na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas com o Holocausto perpetrado por Adolf Hitler contra judeus na Alemanha. No entanto, Temer acha que a exigência por parte do governo israelense de um pedido de desculpas de Lula é "um exagero".
"Para o presidente pedir desculpas, acho que há um certo exagero. O que ele poderia ter feito era, logo em seguida, quando repercutiu negativamente, vir a público e dizer que tinha sido mal interpretado. E talvez mal interpretado por ter se expressado mal", avaliou, ao chegar à "Brazil Emirates Conference", realizada pelo Lide em Dubai. "Isso deveria ter sido feito já no dia seguinte, para paralisar qualquer reação", completou.
Para Temer, a fala de Lula e a reação do governo israelense levaram a um embate desnecessário entre as diplomacias dos dois países. "Ainda há tempo para a diplomacia brasileira dizer que (o tema) foi mal expressado, mal interpretado. Mas todo o respeito e toda a tristeza por aquele evento tão trágico, como foi o Holocausto", acrescentou.
O ex-presidente lembrou que a tradição diplomática do Brasil sempre foi pelo multilateralismo, de "se dar bem" com todos os países. "No episódio Israel-Palestina, a posição tradicional do Brasil é propor a paz, que se consegue pela criação dos dois Estados. Eu sempre tomei essa cautela em todas as vezes que ia falar sobre isso na ONU ou em conferências internacionais."
R7
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