A Polícia Federal marcou para 11 de março, às 14h, um novo depoimento do tenente coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A oitiva será na sede da Polícia Federal e faz parte do acordo de delação Premiada fechado entre ele, a PF e Ministério Público Federal.
Na primeira fase da delação, o depoimento de Mauro Cid durou três dias. Desde então, a Polícia Federal ouviu dezenas de investigados e testemunhas. Entre eles, os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, ex ministros, parceiros políticos e o próprio ex-presidente.
Na última operação dessa investigação, nomeada de Tempus Veritatis, ou “tempo de verdades”, o Bolsonaro aparece como alvo de busca e apreensão pela primeira vez.
Cid é investigado por participação em um esquema de fraude em cartões de vacinação e em tentativa de golpe de Estado. O tenente-coronel do Exército também é investigado no caso das joias estrangeiras dadas a Jair e Michelle Bolsonaro e no caso dos atos extremistas de 8 de janeiro. À Polícia Federal, ele já prestou pelo menos seis depoimentos.
A delação é um tipo de acordo que suspeitos podem fazer para conseguir a redução, a extinção da pena ou o perdão judicial em troca de passar informações sobre o crime que contribuam para a investigação.
A delação premiada só pode ocorrer quando o investigado fornece informações determinantes para a solução de um crime ou para o esclarecimento de fatos apurados. Para estimular os depoimentos, o delator ganha um "prêmio", ou seja, um benefício.
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), quando é realizada uma atuação de natureza colaborativa perante autoridade policial, a primeira providência é a imediata imposição de sigilo sobre o procedimento e então sua submissão à intervenção do Ministério Público para acompanhar as revelações do colaborador.
Mauro Cid também é suspeito no envolvimento de entrar no país de forma irregular com joias recebidas pelo governo Bolsonaro como presente da Arábia Saudita, além de tentar vender joias. Mauro Cid é ainda suspeito de fraudar dados de vacinação de Bolsonaro e da filha mais nova do ex-presidente.
g1
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