Novembro 24, 2024

Um dia após se reunir com secretário dos EUA, Lula vai se encontrar com chanceler da Rússia Featured

Um dia após se reunir com membros do governo dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir nesta quinta-feira (22) com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov. O encontro será realizado a partir das 18h no Palácio da Alvorada, em Brasília. Diplomata de carreira desde os tempos da União Soviética, o chanceler é o homem de confiança do presidente russo, Vladimir Putin, e principal articulador de Moscou pelo mundo.

Lavrov está no país em função da reunião de chanceleres do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. A agenda ocorre no Rio de Janeiro. Membros dos governos brasileiro e russo estavam negociando o encontro entre ambos há dias. O assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, deve participar da reunião.

O encontro entre Lula e Lavrov ocorre em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel. O país do Oriente Médio classificou o presidente brasileiro como "persona non grata" pelas declarações em que comparou as ações de defesa israelense com o extermínio de judeus durante o governo nazista de Adolf Hitler, na Alemanha. Como reação, o petista chamou de volta o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, para consultas.

A declaração de Lula foi dada durante entrevista coletiva depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus", afirmou o petista na ocasião.

Desde então, membros do governo de Israel vêm defendendo que Lula se retrate e peça desculpas pelas declarações. Como mostrou o R7, o petista tem dado sinais de que não está arrependido de sua fala. O chefe do Executivo tem dito aos seus interlocutores que a mensagem foi proposital e a ideia era encorajar outros chefes de Estado a se posicionarem diante da guerra, o que não deu resultado até o momento.

Lula se reuniu na última quarta-feira (21) com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. Em comunicado divulgado pelo Palácio do Planalto, ambos concordaram com a necessidade de criação de um Estado palestino. O texto não menciona Israel, tampouco as declarações feitas pelo líder brasileiro que culminaram na abertura da crise diplomática com o país que tem Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro.

Agora, Lula vai se reunir com o principal articulador de Moscou pelo Mundo. Lavrov esteve no Brasil para uma reunião com o líder brasileiro no ano passado. Na ocasião, o petista havia dito que os EUA contribuíram para a manutenção do conflito entre Rússia e Ucrânia e a declaração causou mal-estar em Washington.

O russo tem a missão de defender os interesses geopolíticos de Moscou. Ele foi o representante russo na ONU por anos e esteve presente em negociações importantes como a guerra no Iraque, a guerra no Afeganistão, a guerra na Síria e o acordo nuclear com o Irã. Atualmente, ele tem a missão de justificar e defender os motivos para a invasão do território ucraniano pelas tropas russas. O conflito é o primeiro no continente europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945.

R7
Portal Santo André em Foco

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