O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou o retorno para Brasília e deve voltar à capital federal do país nesta quinta-feira (4). A volta estava programada para esta quarta-feira (3). O petista está desde o dia 26 de dezembro de 2023 na Restinga da Marambaia, área privativa de praia controlada pelas Forças Armadas no litoral sul do Rio de Janeiro.
A reportagem apurou que Lula avisou a equipe de segurança a intenção de voltar na manhã desta quinta-feira (4). O presidente está acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja, e de familiares. Assim que retornar a Brasília, Lula terá uma série de questões para resolver, como a escolha de um novo ministro da Justiça e Segurança Pública, com a saída de Flávio Dino, para ocupar em 22 de fevereiro uma das 11 cadeiras do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dino vai ocupar a cadeira de ministro da Justiça pelo menos até 8 de Janeiro, quando os Poderes vão realizar um ato aluviso à invasão feita nas sedes do Legislativo, Executivo e Judiciário em 2023. Para a futura vaga, Lula analisa diferentes nomes e, neste momento, o favorito é o ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski. Porém, existem grupos divergentes que tentam convencer o petista a indicar nomes como o da ministra do Planejamento, Simone Tebet, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, ou o presidente do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho.
O ato em defesa da democracia marcado para 8 de janeiro, dia em que a depredação às sedes dos Três Poderes completará um ano, vai reunir autoridades no Salão Negro do Senado. Em reunião ministerial, Lula afirmou que estarão presentes os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo, Luís Roberto Barroso. O petista vai lidar com possível esvaziamento do evento por parte de governadores ligados à oposição. Alguns deles já adiantaram que não vão conseguir participar do ato.
O presidente terá de lidar também com o desgaste com o Congresso Nacional causado pela medida provisória que retoma gradualmente a tributação da folha de pagamento de empresas dos 17 setores da economia. O projeto foi mal recebido pelo Parlamento e congressistas prometeram resistir às mudanças feitas pela equipe econômica do governo e garantem que o Palácio do Planalto sofrerá resistência. A reoneração da folha é mais uma das medidas formuladas para aumentar a arrecadação em busca do déficit zero neste ano.
O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que vai analisar o teor dessa alternativa com os líderes, o que deve ocorrer nos próximos dias. "Para além da estranheza sobre a desconstituição da decisão recente do Congresso Nacional sobre o tema, há a necessidade da análise técnica sobre os aspectos de constitucionalidade da MP", disse o senador.
A reação negativa se deve, dentre outros motivos, ao fato de os parlamentares terem editado um projeto de lei que manteve o benefício aos setores que mais empregam até 2027 e ainda terem derrubado o veto de Lula à medida. Com esse clima de tensão instalado, o presidente deverá se juntar ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nas tentativas de negociar com o Congresso. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também vai entrar nas negociações.
R7
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