O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quebrou o protocolo em cerimônia no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (12), e "convocou" o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a fazer um discurso elogioso aos investimentos federais nos estados.
O cerimonial não previa a fala de Tarcísio e chegou a anunciar um discurso de Lula – que reclamou fora do microfone e disse que "algum governador" deveria falar sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), indicando Tarcisio.
"Acho que o presidente Lula me escolheu porque eu estou levando o maior cheque. Deve ser por isso. Mas de fato, a gente fica muito satisfeito de ver esses projetos viabilizados. O PAC é um instrumento para isso. São projetos importantes para todos os estados que estão aqui presentes", afirmou.
"Para a realização da COP, para a infraestrutura do Mato Grosso do Sul, para o saneamento lá no Ceará. Ou seja, projetos que vão gerar, como o ministro Rui [Costa] falou, compra de material de construção, vão movimentar o comércio, vão movimentar a indústria, vão gerar emprego. São mestres de obras, são carpinteiros, são armadores, que terão oportunidade de trabalhar", prosseguiu.
O governador de São Paulo é filiado ao Republicanos, partido de oposição a Lula, e foi ministro do governo Jair Bolsonaro.
Após uma campanha em lados opostos, Tarcísio e Lula fizeram gestos de aproximação em 2023 – mas devem voltar a se opor nas eleições municipais do ano que vem.
Lula afirmou em discurso que não lhe importa a qual partido Tarcísio é filiado e defendeu que os governadores, assim como ele, foram eleitos pela população.
O presidente incentivou os governadores a terem criatividade e otimismo para atrair recursos.
"Se não tiver dinheiro a gente tem que correr atrás, não dá para a gente apenas constatar que não tem dinheiro e ficar quieto", afirmou.
Juros
Lula aproveitou para criticar novamente a taxa de juros praticada pelo Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto. A Selic está em 12,25% ao ano e tem expectativa de reduzir para 11,75% na próxima reunião, que começa nesta quarta-feira (13).
"Nós temos que ir atrás em algum lugar nós temos que ter, nós temos que mexer com o coração do presidente do Banco Central reduza um pouco os juros porque as pessoas estão querendo tomar dinheiro emprestado. Os governadores podem ajudar fazer, fazer pressão, vamos baixar os juros", disse Lula.
Para o presidente, o Brasil poderá crescer em 2024, apesar de previsões que ele considera pessimistas para economia no próximo ano. Em 2023, a expectativa do governo é ver o Produto Interno Bruto (PIB) crescer na faixa de 3%.
g1
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