Novembro 24, 2024

Alckmin elogia entrada da Bolívia no Mercosul e destaca 'avanços importantes' em acordo com UE Featured

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (6) que a entrada da Bolívia no Mercosul vai permitir mais comércio, investimento e desenvolvimento conjunto, tanto para o Brasil quanto para o bloco. As declarações foram dadas durante reunião ordinária do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, no Rio de Janeiro. O vice-presidente também citou "avanços importantes nas negociações" do acordo do bloco com a União Europeia, que está em fase final.

"Sob o governo do presidente Lula, o Mercosul está crescendo e se reafirmando no cenário internacional. O Congresso brasileiro acaba de aprovar a entrada da Bolívia ao bloco, o que permitirá mais comércio, mais investimento e mais desenvolvimento conjunto", afirmou Alckmin.

"Precisamos avançar na infraestrutura conjunta do bloco, melhorando rodovias, hidrovias, ferrovias, portos, aeroportos, adensando o intercâmbio energético, o escoamento da produção e favorecendo o turismo. Tão importante quanto baixar tarifas e harmonizar padrões e sistemas é prover os meios físicos para garantir as trocas comerciais. É a integração real, base para o restante", completou.

No fim de novembro, o Senado aprovou a entrada da Bolívia no Mercosul. O projeto de decreto legislativo já havia passado pela Câmara dos Deputados e agora será promulgado por Lula. O processo de adesão corria desde 2015, e apenas o Brasil não havia decidido o assunto. Os parlamentos dos outros países-membros (Argentina, Uruguai e Paraguai) já tinham concordado.

Quando confirmada a adesão da Bolívia, o Mercosul passará a ser um bloco com 300 milhões de habitantes, uma extensão territorial de 13,8 milhões de km² e um produto interno bruto (PIB) total de US$ 3,5 trilhões. A partir da ratificação, o país ainda terá um prazo de quatro anos para concluir o processo de adesão e adotar as normas do bloco.

Atualmente, a Bolívia tem um vínculo de associação ao grupo, como Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname. Isso significa que esses países não integram plenamente o Mercosul, mas podem formalizar acordos de livre-comércio com os membros e participar de encontros do bloco.

Na ausência do acordo com a União Europeia, Alckmin defendeu a ampliação dentro do Mercosul. "Como sabemos, o mundo está globalizado, mas o comércio continua a ser principalmente regional. A densidade do comércio intrabloco é um sinal de avanço na integração. Na União Europeia, cerca de 60% do comércio é intrabloco, no USMCA [antigo Nafta], é quase 50%; na Asean, 25%. No Mercosul, é de apenas 10%. O comércio intrabloco tem crescido, mas precisamos mudar esse quadro. O Mercosul é importante para o Brasil, nosso quarto parceiro comercial."

União Europeia
Durante a reunião, Alckmin citou "avanços importantes nas negociações" em torno do acordo entre Mercosul e União Europeia, que está em fase final. "Destaco os compromissos de ambos os lados em prol de um entendimento equilibrado em um futuro próximo e a partir das bases sólidas que construímos nos últimos meses de engajamento intenso", afirmou o vice-presidente.

A expectativa era que, na cúpula dos líderes sul-americanos, houvesse o anúncio do acordo entre o bloco e a UE. No entanto, países como França e Argentina têm se colocado de forma contrária ao tratado, o que tem emperrado as negociações. Na agenda, no Rio, especialistas e técnicos dos países vão trabalhar para avançar no tema.

Recentemente, Lula falou sobre o assunto. "Só posso dizer que não vai ter assinatura na hora em que terminar a reunião do Mercosul, que eu tiver o 'não'. Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, eu vou lutar para fazer. Porque, depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que temos de avançar nos acordos políticos, sociais e econômicos", afirmou.

Cingapura
A Cúpula de Líderes do Mercosul vai ocorrer nesta quinta-feira (7) e, como mostrou o R7, o bloco econômico vai assinar um acordo com Cingapura, a primeira parceria do grupo com um país asiático desde 1991, ano em que o mecanismo foi criado. O tratado não apenas envolve mercadorias, mas favorece investimentos, fluxos de tecnologia, serviços, movimento de pessoas e segurança jurídica, segundo Alckmin, que classificou a medida de "porta de entrada para a Ásia e para a Asean [Associação de Nações do Sudeste Asiático]".

O acordo com Cingapura será também o primeiro extrarregional em 12 anos. As áreas técnicas dos quatro países se debruçam na revisão formal do texto. A negociação entre o Mercosul e Cingapura começou em julho de 2018. Desde que foi criado, o bloco fechou três acordos com países de fora da região sul-americana: Israel (2007), Egito (2010) e Palestina (2011).

O tratado com a nação asiática tem como objetivo ampliar os fluxos comerciais, dar maior previsibilidade a disciplinas modernas e melhorar as condições para os investimentos. O intercâmbio comercial entre as partes atingiu cerca de US$ 7 bilhões em 2021, segundo os dados do Mercosul.

R7
Portal Santo André em Foco

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