A reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Mohamed Irfaan Ali (Guiana) foi adiada. O encontro seria realizado nesta sexta-feira (1º), às margens da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP28), nos Emirados Árabes Unidos. Ainda não há data oficial para um novo encontro, mas existe a possibilidade de ocorrer neste sábado (2). O objetivo seria discutir as ameaças da Venezuela de invadir a Guiana.
Nessa quinta-feira (30), o governo brasileiro intensificou a presença militar na fronteira norte do país em meio ao aumento das tensões entre Guiana e Venezuela. Os venezuelanos vão às urnas neste domingo (3) para votar em um referendo sobre os direitos do país sobre a região de Essequibo, que representa cerca de dois terços do atual território da antiga colônia inglesa.
O território de 160 mil km² com uma população de 120 mil pessoas é alvo de disputa pelo menos desde 1899, quando esse espaço foi entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela, no entanto, não reconhece essa decisão e sempre considerou a região "em disputa".
Em 1966, as Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra – logo após a independência da Guiana –, segundo o qual a região ainda está "por negociar". Existem estimativas de que a região dispõe de bilhões de barris de petróleo.
A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, disse nessa quinta-feira (30) que o governo acompanha com preocupação a disputa na região.
"Nós valorizamos muito o fato de que, no momento em que várias regiões do mundo estão com conflitos militares, a América do Sul permaneça um ambiente de paz e cooperação e, nesse sentido, nós vemos com preocupação esse ambiente tensionado entre dois países vizinhos e amigos. Temos acompanhado com muita atenção e conversado em altíssimo nível", disse Padovan.
O assessor da Presidência da República, o embaixador Celso Amorim, foi à Venezuela para discutir o tema na última semana. A posição do governo brasileiro é de uma solução negociada, sem respostas militar e bélica na região, além de ver o referendo que a Venezuela quer realizar como questão interna do país, chefiado por Maduro.
R7
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.