O presidente Lula (PT) participou nesta quarta-feira (29) da sessão de encerramento da Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita, um evento promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em conjunto com o Ministério de Investimentos da Arábia Saudita.
Durante o discurso para empresários e ministros, ele afirmou que o Brasil pode alcançar uma balança comercial na casa dos US$ 1 trilhão.
"Eu acho que se o Brasil assumir a responsabilidade pelo tamanho que tem e pela importância que tem na geopolítica, eu queria dizer aos nossos ministros, aos empresários aqui, a gente pode sonhar em 2030 em ter uma balança comercial de US$ 1 trilhão", disse.
"A gente só faz as coisas se a gente acreditar. E a gente não pode sonhar pequeno. Porque quem sonha pequeno, realiza pequeno. Nós temos que sonhar grande para realizar as políticas grandes do tamanho da Arábia Saudita e do tamanho do Brasil", afirmou também.
Entre janeiro e novembro, a balança comercial do Brasil ficou na casa dos US$ 86,5 bilhões. No período, o país exportou cerca de US$ 300 bilhões, enquanto importou US$ 213 bilhões.
A balança comercial significa os valores de importações e exportações de mercadorias de um país. Quando o valor de itens exportados supera os importados, o mercado diz haver um superávit econômico. Já que, na prática, há mais dinheiro entrando do que saindo.
Para justificar os US$ 1 trilhão, Lula disse que é possível alcançar o valor "de acordo com a capacidade de trabalho (do país)".
Parceria entre Brasil e Arábia Saudita
O presidente também sugeriu ao longo do discurso que uma forma de potencializar a economia do Brasil é a parceria com a Arábia Saudita.
"Nós queremos construir parceria de verdade, produzir as coisas juntos para que os dois países possam ganhar junto", declarou.
Uma das saídas sugeridas por Lula durante o discurso foi a criação de um investimento cruzado entre a Petrobras e a Arábia Saudita para produzir fertilizantes em larga escala, visto que há uma incerteza criada pela Rússia e a Ucrânia, dois países com grande presença na exportação de commodities.
Outro ponto que o presidente ressaltou é que a presença da Arábia Saudita no BRICS, bloco econômico que reúne países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, pode mudar a faceta dos bancos multilaterais, que funcionam como instituições que financiam projetos que contribuam para o desenvolvimento de um país.
"(O objetivo é) que os bancos possam tratar de financiar o desempenho de países mais pobres, sem taxas de juros escorchantes, que termina por matar qualquer possibilidade de investimento nos países", declarou.
O presidente pediu ainda para a Arábia Saudita ajudar o Brasil a organizar o G20, bem como a COP 30. Além de convidar Bin Salman, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, para visitar o Brasil.
Lula está na Arábia Saudita para participar da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 28.
g1
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