O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta terça-feira (21), de uma cúpula do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), convocada para discutir a situação do conflito na região da Faixa de Gaza.
A cúpula desta terça-feira está marcada para as 10h (horário de Brasília), tem caráter extraordinário e será por videoconferência, informaram à Globonews integrantes do Palácio do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social, Lula participará da reunião no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
Em 7 de outubro, se iniciou na região da Faixa de Gaza um conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Ao todo, mais de 13 mil pessoas já morreram em meio aos bombardeios.
No último dia 15, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que pede pausa humanitária na Faixa de Gaza, além da proteção de crianças e a liberação de reféns.
Entre os cinco integrantes do Brics, três integram o Conselho de Segurança da ONU: Brasil, Rússia e China. O Brasil está no Conselho de forma temporária; Rússia e China têm direito aos chamados assentos permanentes.
Durante a votação da resolução sobre Gaza, Brasil e China votaram a favor do texto. A Rússia, por sua vez, se absteve.
O Brasil presidiu o Conselho durante o mês de outubro e colocou em votação algumas propostas de resolução, mas os textos foram rejeitados, ora por veto dos Estados Unidos, ora por veto da Rússia ou da China.
Na avaliação de um diplomata e de um ex-chanceler ouvidos pela GloboNews e pelo g1, o Brasil agiu com "profissionalismo", e os textos não foram aprovados por motivos como: rivalidade entre EUA e Rússia; e ao fato de os textos não atenderem a pedidos dos Estados Unidos sobre o direito de defesa de Israel.
Articulação internacional
Diante da escalada do conflito, países da região negociaram a abertura da fronteira de Gaza com o Egito para que cidadãos estrangeiros pudessem cruzar a fronteira e retornar a seus países.
As negociações envolveram autoridades de Israel, do Egito e integrantes do Hamas, além de países aliados das partes, entre os quais Estados Unidos e Catar.
Inicialmente, a fronteira foi aberta somente para a passagem da chamada ajuda humanitária, com kits com água e comida, por exemplo.
Em outro momento, foi autorizada a passagem de cidadãos. Ao longo das últimas semanas, puderam cruzar a fronteira pessoas de países como Estados Unidos, Itália, Inglaterra, Croácia, Austrália, Áustria, Japão e também do Brasil.
Repatriação
Mais de 1,4 mil brasileiros que estavam na região e pediram para retornar ao país foram repatriados. Eles estavam em Israel, na Cisjordânia e também em Gaza.
Em uma primeira etapa, 1.410 brasileiros e três bolivianos foram repatriados de Israel.
Depois, 30 brasileiros que estavam na Cisjordânia, além de uma cidadã jordaniana e um palestino (parentes), retornaram ao país.
Por fim, mais 32 pessoas (22 brasileiros e sete palestinos parentes de brasileiros) foram repatriados.
A GloboNews apurou que uma primeira versão de uma segunda lista com cidadãos em Gaza já foi elaborada pelo Itamaraty, com 55 pessoas — esse número pode mudar com o passar dos dias.
O presidente Lula tem dito que o governo buscará todos os brasileiros e seus parentes que quiserem retornar ao país. A diplomacia brasileira, porém, monitora caso a caso para saber se as pessoas atendem aos critérios definidos pelas autoridades locais para poderem cruzar a fronteira.
g1
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