O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, na manhã desta quarta-feira (25), que o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas "não é uma guerra, é um genocídio, que já matou quase 2.000 crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas". Lula discursou durante a primeira reunião do Conselho da Federação, no Palácio do Planalto. O presidente afirmou que, em seguida, deve conversar com o emir do Catar, Tamim bin Hamad, sobre o confronto no Oriente Médio.
"Tenho um telefonema com o emir do Catar, para ver se encontro alguém capaz de conversar com alguém, primeiro para liberar os brasileiros que estão retidos na Faixa de Gaza. Segundo, [porque] é muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio. Não se trata de discutir quem está certo e quem está errado, quem deu o primeiro tiro e quem deu o segundo. Sinceramente, não sei como um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado é a morte de crianças inocentes", opinou Lula.
O petista comentou ainda a escalada da violência no Rio de Janeiro. Na segunda-feira (23), mais de 30 ataques de milicianos a ônibus na zona oeste da cidade foram registrados. Apesar do cenário, Lula descartou intervenção federal no estado durante o programa Conversa com o Presidente desta terça (24).
"Era muito fácil eu ficar vendo na televisão o que parecia a própria Faixa de Gaza e dizer que era problema do Rio de Janeiro, do governador e do prefeito. Não, é um problema do Brasil", declarou.
Sobre o Conselho
O Conselho da Federação, criado em abril deste ano, reúne o presidente, o vice-presidente, ministros, governadores, prefeitos e representantes de entidades municipalistas. Os 18 integrantes tomaram posse nesta quarta (25) e, em seguida, fizeram a primeira reunião do colegiado.
Além de Lula, o primeiro encontro contou com os ministros Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e governadores e prefeitos.
Construído para ser um órgão de integração e de promoção da cooperação entre as esferas federal, estadual e municipal, o principal objetivo do grupo é promover a articulação dos entes federativos e definir suas prioridades nas pautas comuns.
No discurso durante a cerimônia, Lula destacou a importância da articulação entre os Executivos federal e locais. "Nenhum governador precisa pedir intermediação para conversar com o presidente da República ou com ministros. É vir aqui e conversar, porque esse é o papel de um presidente", afirmou.
O petista também reforçou a centralidade da harmonia com o Legislativo. "Não são o Senado e a Câmara que precisam do Executivo, é o Executivo que precisa do Senado e da Câmara. Vamos abaixar nosso nariz e conversar com as pessoas com humildade", completou.
R7
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