O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta sexta-feira (20), o ataque terrorista do grupo Hamas a um festival de música eletrônica em Israel, em 7 de outubro, que deixou pelo menos 260 mortos, incluindo três brasileiros. Lula também reprovou a reação israelense ao episódio, que chamou de "insana". O presidente marcou presença por vídeo no primeiro evento público — a cerimônia de comemoração dos 20 anos do Bolsa Família — desde as cirurgias às quais foi submetido, em 29 de setembro.
"Fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Crianças que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura e terrorismo que fez atacando Israel, mas que também não pediram que Israel reagisse de forma insana e matasse eles, exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra, só querem viver e brincar, aqueles que não tiveram o direito de ser crianças", declarou Lula.
O presidente também homenageou as crianças vitimadas na guerra entre Rússia e Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022. "Em nome das crianças vivas do nosso país graças aos programas de inclusão social, queria prestar solidariedade às crianças que já morreram na guerra da Rússia e da Ucrânia e que estão morrendo agora nessa luta insana entre o Hamas e o Estado de Israel. Não é possivel tanta irracionalidade e insanidade, que as pessoas façam guerra tendo em conta que quem está morrendo são idosos, mulheres e crianças", continuou Lula.
Para o presidente, a violência não pode ser usada como solução. "Precisamos propor em alto e bom som, em nome das vidas das nossas crianças, paz, racionalidade, que o amor possa vencer o ódio e que não se resolve problemas com foguete e bala — é com carinho, afeto, dedicação e solidariedade", completou.
Ajuda será adiada
Nesta sexta-feira, o subsecretário-geral das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, declarou que a ajuda internacional poderá entrar a partir do Egito na Faixa de Gaza "amanhã [sábado] ou depois".
"Estamos em negociações intensas e avançadas com todas as partes relevantes para garantir que a operação de ajuda a Gaza comece o mais rápido possível", afirmou Griffiths, citado por um porta-voz do Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), em Genebra.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia anunciado que os primeiros 20 caminhões carregados com comida, água e medicamentos cruzariam a fronteira e entrariam na Faixa de Gaza ainda nesta sexta-feira.
A ajuda aos civis palestinos e estrangeiros que estão na zona de guerra foi negociada pelo americano com o governo egípcio e com Israel durante visita a Tel Aviv, na quarta-feira (18). O secretário-geral da ONU, Antonio Gutérres, chegou nesta sexta-feira à passagem de fronteira de Rafah para preparar a entrega dos suprimentos.
R7
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