O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disponibilizou espaço na agenda para se reunir presencialmente com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a Assembleia Geral da da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A informação foi confirmada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que integra a comitiva de Lula nos Estados Unidos.
Segundo o senador, o Itamaraty ofereceu a Zelensky duas possibilidades: segunda (18) ou terça-feira (19). Nas datas, Lula também deverá se reunir com outras lideranças estrangeiras.
O governo ucraniano ainda não confirmou a participação de Volodymyr Zelensky.
À TV Globo, uma autoridade da Ucrânia afirmou que o encontro ainda está sendo avaliado e que "tudo dependerá da agenda dos dois líderes".
Lula e Zelensky nunca se reuniram a sós presencialmente. Os líderes do Brasil e da Ucrânia chegaram a conversar por telefone em março.
Em maio, o ucraniano tentou se encontrar com Lula durante a cúpula do G7 no Japão, mas o governo brasileiro alegou que problemas de agenda impediram a reunião.
O convite do governo brasileiro a Zelensky ocorre em um momento de críticas a declarações de Lula sobre a possibilidade de receber o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Brasil, durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, marcada para novembro de 2024.
A um canal indiano, o petista disse que convidaria Putin e que o presidente russo não seria preso se viajasse ao Brasil.
O líder russo poderia ser preso em razão de mandados de prisão que foram emitidos contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). O Brasil é signatário do acordo, o que prevê o cumprimento de mandados expedidos pela Corte.
Na última segunda (16), Lula mudou o tom e disse que a Justiça decidirá sobre uma eventual prisão.
Posicionamento de Lula
Volodymyr Zelensky tem cobrado de Lula uma posição mais firme a respeito da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Falas do petista sobre o conflito já foram criticadas por membros do governo ucraniano. Em uma oportunidade, Lula atribuiu responsabilidade pela guerra também à Ucrânia.
O presidente brasileiro tem defendido que um grupo de países, incluindo o Brasil, lidere uma saída negociada para o fim da guerra. Lula afirma, no entanto, que não planeja visitar a Rússia e a Ucrânia enquanto não houver um cessar-fogo.
Em maio, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, foi enviado a Kiev, capital da Ucrânia, para participar de uma reunião com Zelensky.
Nas redes sociais, o presidente ucraniano disse ter afirmado a Amorim que o único plano de paz possível para terminar a guerra é o ucraniano e que discutiu a "possibilidade de realizar uma cúpula Ucrânia-América Latina".
Na ocasião, ele ainda declarou que esperava receber o presidente Lula na Ucrânia e continuar o diálogo com o governo brasileiro.
g1
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