O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que o tenente-coronel Mauro Cid está proibido de se comunicar com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com a ex-primeira-dama Michelle, além de outros investigados. A decisão também abrange a esposa do militar, Gabriela Cid, e outros ex-assessores do ex-presidente.
Na decisão, Moraes afirma que a análise dos dados do telefone celular apreendido de Mauro Cid deu indícios de que houve desvio de bens de alto valor entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República ou agentes públicos a seu serviço, além da ocultação da origem, da localização e da propriedade dos valores provenientes, sendo revelados novos fatos e agentes envolvidos.
“Evidentemente, neste caso, a incomunicabilidade entre os investigados alvo das medidas é absolutamente necessária à conveniência da instrução criminal, pois existem diversos fatos cujos esclarecimentos dependem da finalização das medidas investigativas, notadamente no que diz respeito à análise do material apreendido e à realização da oitiva de todos os agentes envolvidos”, disse.
Ao STF, a Polícia Federal afirmou que a equipe de análise identificou documentos relacionados a uma possível tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de Direito que envolveu Mauro Cid.
“A milícia digital reverberou e amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando as seus seguidores a 'resistirem' na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de atuarem como um Poder Moderador”, afirmou a PF.
Ainda de acordo com a corporação, foram identificadas, nos telefones celulares de Mauro Cid e da mulher dele, “várias mensagens postadas em grupos e chats privados do aplicativo WhatsApp em que os interlocutores, incluindo militares da ativa, incentivam a continuidade das manifestações antidemocráticas e a execução de um golpe de Estado após o pleito eleitoral de 2022, inclusive com financiamento aos atos ilícitos”.
“Os elementos de prova, ora apresentados, decorrentes da análise parcial realizada nos dispositivos apreendidos ratificam a hipótese criminal relacionada à participação dos investigados na tentativa de execução de um golpe de Estado, seja por meio de induzimento e instigação de parcela da população aderente à ideologia política professada, seja por meio de atos preparatórios e executórios propriamente ditos. Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, a atuação dos investigados, possivelmente, foi um dos elementos que contribuíram para os atos criminosos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, materializando os objetivos ilícitos da organização criminosa investigada”, conclui a PF.
R7
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