Novembro 25, 2024

Em Angola, Lula diz que desigualdade de gênero é a 'mais grave', e que combate exige 'indignação' Featured

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta sexta-feira (25), em Angola, que a desigualdade de gênero é a "mais grave" e que o combate às desigualdades em geral exige "indignação".

A declaração foi em discurso, ao ser condecorado com a Ordem Dr. António Agostinho Neto. O petista participou de cerimônia ao lado do presidente angolano, João Lourenço. Segundo o governo, esta é a primeira visita de Estado de Lula a um país africano neste mandato.

Lula disse ser "honroso" receber a condecoração que leva o nome de António Agostinho Neto – político que teve papel decisivo na independência de países africanos no século XX –, no momento em que assume compromisso de "tentar fazer uma campanha mundial contra a desigualdade".

Segundo o presidente, a luta contra as desigualdades "só pode dar certo se a gente criar indignação. Nas pessoas que comem, de ela ficar indignada com as pessoas que não comem. Só dá sentido fazer essa luta se a pessoa que estuda conseguir se indignar porque tem uma que não pode estudar. Se a pessoa toma café de manhã, ela tem que que se indignar porque tem uma criança que não toma café de manhã".

O petista disse ainda que a "concentração de riqueza tem aumentado a cada dia que passa" e que é preciso "convencer a humanidade a se indignar contra a desigualdade".

Desigualdade de gênero
No discurso, Lula também destacou a desigualdade de gênero e o impacto que ela tem na participação de mulheres na política.

"Todos nós sonhamos com a participação da mulher na política. Mas pela desigualdade de tratamento que a mulher recebe na sociedade, pela quantidade de desigualdade que existe no comportamento do homem com relação à mulher, a mulher não conseguiu se expressar maioria que ela é na política nos países", disse.

Para o presidente, "se elas são uma maioria, se elas que nos colocaram no mundo, acho que é justo a gente de uma vez por todas compreender que elas podem sim ser a maioria e governar o mundo ao invés de nós".

"Quem sabe um dia, que a gente conseguir isso, a gente acaba com a desigualdade mais grave, que é a mulher ser tratada como objeto de cama e mesa ainda em pleno século 21. É preciso que os homens amadureçam, é preciso que a humanidade amadureça", finalizou.

Viagem a Angola
Lula chegou a Luanda, capital de Angola, nesta sexta-feira (25), após participar do encontro da cúpula de líderes do Brics, na África do Sul.

Ele permanece no país até sábado (26), e a agenda prevê assinatura de atos de cooperação, participação em fórum econômico e encontros com autoridades angolanas.

Nesta sexta, estão previstos os seguintes compromissos:

  • reunião com o presidente de Angola, João Lourenço
  • cerimônia de condecoração com a Ordem Dr. António Agostinho Neto
  • assinatura de atos
  • almoço por João Lourenço
  • sessão solene na Assembleia Nacional de Angola
  • encontro com a presidente da Assembleia Nacional de Angola, Carolina Cerqueira
  • e participação no encerramento do Foro Econômico Brasil-Angola

A viagem faz parte do "giro" de Lula pelo continente africano, que ainda contará com uma parada em São Tomé e Príncipe. Nas últimas semanas, o presidente tem defendido a necessidade de uma reaproximação do Brasil com os países da África.

g1
Portal Santo André em Foco

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