A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (11) quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligada ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de governos estrangeiros. O general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid, é um dos alvos da operação.
Outros alvo da operação seriam o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef.
Segundo a PF, as quantias obtidas com essas operações "ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores". A Polícia Federal não informou o valor que os suspeitos teriam obtido com a venda das joias e presentes.
Mauro Cesar Lourena Cid é general e foi da mesma turma do ex-presidente Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), na década de 1970.
A operação, que cumpre um mandado em Niterói (RJ), um em São Paulo e dois em Brasília, foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito que investiga as ações das chamadas milícias digitais.
R7 teve acesso a mensagens de Mauro Cid negociando Rolex
Emails em posse da comissão mostram que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tentou vender um relógio da marca Rolex recebido em uma viagem oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro à Arábia Saudita.
Em outra mensagem, Cid enviou orientações ao coronel Wagner Oliveira da Silva, militar que integrava a comissão do Ministério da Defesa que fiscalizou e acompanhou a apuração dos votos nas eleções de 2022. No email, ele sugere ações para "aperfeiçoar a segurança e transparência das urnas eletrônicas".
Diante das novas informações, o presidente da comissão, o deputado Arthur Maia (União-BA), defendeu uma nova convocação do militar. Cid já compareceu à CPMI, mas se recusou a responder às perguntas.
Pais de Mauro Cid movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que chegou à CPMI do 8 de Janeiro informa que os pais do tenente-coronel do Exército Mauro Cid movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas em um período de 15 meses. Cid está preso desde maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação.
O relatório, que está sob sigilo, diz ainda que Agnes Barbosa Cid e Mauro Cesar Lourena Cid fizeram envio atípico de valores para o exterior. Com isso, a CPMI pediu a quebra do sigilo bancário, fiscal e de inteligência financeira do casal, com a disponibilização de extratos e detalhes das movimentações.
R7
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