O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, neste domingo (23), que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi "derrotado", mas o bolsonarismo, não, e chamou os aliados do ex-chefe do Executivo de "malucos que estão na rua ofendendo as pessoas". Em seguida, Lula voltou a comentar o caso da agressão sofrida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma e referiu-se ao agressor como "um canalha".
A declaração ocorreu durante o evento de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, município da Grande São Paulo, berço político do presidente.
"Derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos o bolsonarismo. Os malucos estão na rua ofendendo pessoas, xingando pessoas. Nós diremos para eles que queremos fazer este país voltar a ser civilizado. As pessoas não têm que se gostar. Têm que se respeitar. Não têm que gostar do seu vizinho, apenas aprender a conviver respeitosamente."
Em seguida, Lula voltou a citar a agressão a Moraes. Ele ainda disse que entregou o nome do empresário Roberto Mantovani Filho ao chanceler alemão após o episódio. "Esse cara era empresário de uma empresa alemã. Eu entreguei o nome dele para o chanceler alemão. E esse cara foi expulso do partido ontem pelo [Gilberto] Kassab. Ele tinha sido candidato", declarou.
O presidente esteve com o chanceler alemão, Olaf Scholz, na semana passada, dois dias após a agressão a Moraes. No mesmo dia, Mantovani foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Ele nega as agressões.
Sindicato dos Metalúrgicos
O presidente também afirmou que nunca houve tantas lideranças sindicais trabalhando no governo federal quanto em seu terceiro mandato. Ao cumprimentar o novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), Moisés Selerges, Lula citou cinco ex-presidentes da entidade que estão na atual gestão do governo federal: Jair Meneguelli, Vicente Paulo da Silva, Heiguiberto Guiba Navarro, José Lopez Feijóo e Wagner Santana. “Nunca teve tanto sindicalista trabalhando no governo como agora“, afirmou Lula.
As centrais sindicais têm conseguido postos estratégicos no governo Lula, reconquistando o espaço perdido nos quatro anos de Jair Bolsonaro (PL) no poder. Por exemplo, sindicalistas foram indicados para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão, que vai elaborar o planejamento que orientará o Orçamento brasileiro para os próximos quatro anos, de 2024 a 2027.
Procedimento médico
Mais cedo, Lula havia passado por um procedimento médico conhecido como infiltração, para aliviar as dores no quadril direito. Ele submeteu-se ao tratamento ortopédico no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e não fez exames, segundo a assessoria dele. Em maio, a equipe médica presidencial chegou a avaliar a possibilidade de uma cirurgia na região.
O chefe do Executivo, de 77 anos, tem reclamado de dores na região dos quadris. Em um evento em Salvador, ainda em maio, o presidente chegou a dizer que "injeção já não resolve". No fim de fevereiro, ele foi submetido a um exame de imagem.
R7
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