O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta segunda-feira (24) que não vai privatizar novas estatais. "No Brasil, não vamos vender empresas públicas. O que queremos é convidar empresários a fazerem parceria conosco naquilo que a gente precisa criar de novo”, disse o petista durante fórum com empresários na região do Porto, em Portugal.
No encontro, Lula criticou as vendas das empresas brasileiras para a iniciativa privada promovidas nos últimos seis anos, com destaque para a venda da Eletrobras.
"Nós privatizamos a nossa maior empresa de energia elétrica, que era a Eletrobras. Quando essa empresa foi vendida, a primeira coisa que a diretoria fez foi aumentar seus salários, de R$ 60 mil para R$ 360 mil por mês", criticou.
O presidente também criticou o salário dos conselheiros da companhia. Segundo Lula, essa é "apenas mais uma demonstração da desfaçatez" ocorrida em "anos de obscurantismo", se referindo às gestões dos ex-presidentes Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB).
"Se você quiser ver apenas um absurdo, eu agora tenho de indicar um conselheiro para essa empresa. Um conselheiro dessa empresa, para trabalhar uma vez por mês, ganha R$ 200 mil", afirmou.
Críticas a Bolsonaro e Temer
Durante o evento, o petista não economizou críticas às últimas gestões e afirmou que, nos últimos seis anos, o país esteve "afastado do mundo" e foi "recusado" por outras nações.
"O país voltou a ter um governo que trabalha e dialoga com a sociedade e com o mundo todo e que constrói o futuro do país. Apenas em três meses, a gente investiu mais em educação do que o governo durante todo o ano passado. Vamos investir na área de infraestrutura R$ 23 bilhões, quatro vezes o que foi investido em quatro anos no outro mandato. Nosso país ficou parado, não andou", afirmou.
Taxa de juros
No fórum, Lula também criticou o atual patamar da taxa básica de juros do Brasil, mantida em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. O petista afirmou que a Selic está "muito alta". Lula vem fazendo reiteradas críticas à taxa de juros desde que assumiu o governo.
"Temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta". No Brasil, a taxa Selic, que é a taxa referencial, está em 13,75%. "Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%", criticou Lula ao se dirigir a António Costa, primeiro-ministro português, durante o evento em Matosinhos.
Na reunião, Lula afirmou que um país capitalista precisa de dinheiro, e esse dinheiro tem que circular "não apenas na mão de poucos, mas na mão de todos".
"É por isso que sempre digo que a solução do Brasil é a gente voltar a colocar o pobre no orçamento. É a gente garantir que os pobres possam participar, porque, quando eles virarem consumidores, eles vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica. É a coisa mais normal de uma roda-gigante da economia funcionando e todo mundo participando", afirmou.
R7
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