O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu o erro do governo federal e disse ter "culpa" por não ter feito todas as nomeações para a diretoria da Itaipu Binacional. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (16) durante cerimônia de posse do novo diretor da empresa, Enio Verri.
"Não anunciamos a diretoria toda, possivelmente por um equívoco nosso mesmo, Enio. Tenho culpa nisso, mas penso que logo, logo estará anunciada toda a diretoria, todo o conselho. Itaipu precisa voltar a ser uma empresa extraordinária, como sempre foi, e precisa ter em conta que precisa contribuir com o desenvolvimento tanto do Brasil quanto do Paraguai", afirmou Lula.
Procurado pelo R7, o Palácio do Planalto ainda não se manifestou. O espaço segue aberto para manifestações.
A diretoria-executiva da Itaipu é formada por 12 membros: seis indicados pelo Brasil e o restante, pelo Paraguai. A indicação é uma prerrogativa dos respectivos presidentes dos dois países. Há, ainda, o conselho de administração, composto por 12 membros, sendo a metade de cada um dos dois países.
Durante discurso, o novo presidente da Itaipu informou que quer participar de forma ativa e subsidiar políticas do governo, mas não deu mais detalhes. "Me parece justo que seus benefícios também sejam estendidos, seja garantindo energia elétrica e motricidade da tarifa, seja por meio de investimentos em projetos de infraestrutura", disse Verri.
"A Itaipu não é uma mera geradora de energia. É muito mais. Antes de tudo, é um exemplo de projeto bilateral de reconciliação, cooperação e integração. É com esta missão que, de forma altiva e humilde, assumo o cargo que me foi confiado", afirmou o novo presidente da empresa.
Verri substitui o almirante Anatalicio Risden Junior, que esteve à frente da empresa desde fevereiro de 2022. Os membros da diretoria executiva são nomeados para um período de cinco anos, podendo ser reconduzidos ou substituídos a qualquer momento pelos governos do Brasil ou do Paraguai.
Recentemente, a Itaipu anunciou o pagamento de mais de R$ 600 milhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a última parcela da dívida contraída e cujo custo total está estimado em mais de R$ 330 bilhões.
Com o pagamento, a empresa se torna um patrimônio compartilhado por Brasil e Paraguai, que em 2023 comemoram os 50 anos da assinatura do tratado de fundação da Itaipu. Os países pretendem revisar o Anexo C desse documento, relativo às bases financeiras e à prestação de serviços de eletricidade da barragem.
A represa de Itaipu, que iniciou suas operações em 5 de maio de 1984 e foi inaugurada oficialmente em 25 de outubro daquele ano, cobre cerca de 85% das necessidades energéticas do Paraguai e cerca de 12% da demanda brasileira.
g1
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