presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta-feira (1º) que as redes sociais foram "instrumentalizadas" por radicais e defendeu a adoção de novas regras contra "fake news".
Moraes deu a declaração durante reunião com representantes das plataformas digitais. Foram chamadas para o encontro, por exemplo, integrantes da Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp), do Telegram, do TikTok, do Kwai e do Google.
O presidente do TSE tem feito esse tipo de reunião desde o ano passado, quando assumiu o mandato.
"Obviamente, a culpa não foi das redes. Senão, as redes estariam na Colmeia e na Papuda também", disse Moraes, se referindo a presídios de Brasília.
"Mas as redes foram instrumentalizadas. Então, essa instrumentalização, com a experiência que tivemos todos nas eleições e até no 8 de janeiro, acho que a gente pode aproveitar para construir alguma coisa para tentar evitar isso", declarou Moraes.
No dia 8 de janeiro ocorreu o ato golpista de bolsonaristas, que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Os atos foram organizados por meio das redes sociais.
Controle
Na sequência do encontro, o presidente do TSE pediu aos representantes das redes sociais que elaborem propostas a fim de aumentar o controle contra as "fake news".
A TV Globo apurou que Moraes se reuniu recentemente com o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto conhecido como "PL das fake news", e se comprometeu a levar sugestões do TSE sobre o tema após ouvir as empresas.
"Minha ideia, nesta primeira conversa, é que a gente comece a construir dois planos distintos: algo em torno de uma autorregulação - isso é muito importante, não tenho a menor dúvida que, se não for algo construído junto, a chance de ser eficiente é muito pequena. Vocês tem que mostrar para a gente os melhores caminhos. O segundo é alguns 'standarts' para regulamentação que vai ser feita no Congresso", disse.
Apoio 'forçado'
Moraes também agradeceu o "apoio" dado pelas redes sociais no combate às "fake news", mas, sem citar nomes, disse que em alguns casos esse apoio foi "forçado".
No ano passado, em um primeiro momento, o TSE firmou um acordo com representantes de diversas redes sociais contra "fake news", mas integrantes do Telegram, rede social utilizada e difundida pelo então presidente Jair Bolsonaro, não participaram do acordo - a adesão foi em outro momento.
"Eu tomei a liberdade de chamá-los para agradecer o apoio - às vezes, um apoio um pouco forçado - durante as eleições. Todos tivemos, eu diria, que nos adaptar a novas formas, acho que acabou dando certo: prazos, tempos, vocês sabem melhor que eu", afirmou o presidente do TSE nesta quarta.
g1
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