O chefe da inteligência da Receita Federal do governo de Jair Bolsonaro, Ricardo Pereira Feitosa, acessou e copiou dados fiscais sigilosos de opositores do ex-presidente.
Um dos alvos foi Eduardo Gussem, procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro e responsável pelas investigações do suposto esquema de rachadinha dentro do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A denúncia foi posteriormente arquivada.
As informações foram reveladas pelos jornais "Folha de S.Paulo" e "O Globo".
Os documentos obtidos pelos jornais mostraram que Ricardo Pereira Feitosa acessou os dados sigilosos nos dias 10, 16 e 18 de julho de 2019 – início da gestão de Bolsonaro.
Entre as informações obtidas do procurador Gussem, estão as declarações completas de Imposto de Renda do magistrado. O então chefe da inteligência da Receita fez cópia das informações declaradas pelo procurador no período de 2013 a 2019.
À época das pesquisas, não havia nenhuma investigação fiscal envolvendo os alvos que justificassem o acesso aos dados. Posteriomente, uma investigação interna da Receita Federal foi aberta para apurar a conduta de Ricardo Pereira Feitosa.
O g1 tenta contato com a defesa de Feitosa.
Marinho e Bebiano
Dois políticos que entraram em conflito com o ex-presidente Jair Bolsonaro também tiveram seus dados acessados e copiados. Foram eles: o empresário Paulo Marinho e o ex-ministro Gustavo Bebianno, que morreu em março de 2020.
De Bebianno foram pesquisados e extraídos os dados do Imposto de Renda de 2013 a 2019.
Já Marinho teve os IRs de 2008 a 2019 acessados (a exceção de 2012) e copiados. A mulher do empresário também foi alvo da pesquisa e teve o Imposto de Renda de 2010 a 2013 extraído.
g1
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