Novembro 23, 2024

Em vídeo, Macron reclama de Bolsonaro; Piñera, aliado do brasileiro, concorda Featured

Um vídeo dos bastidores da última reunião do G7 divulgado no domingo por uma emissora francesa mostra o presidente da França, Emmanuel Macron , criticando o presidente Jair Bolsonaro em uma conversa com o presidente do Chile, Sebastián Piñera , depois de o brasileiro fazer no Facebook um comentário ofensivo à primeira-dama francesa, Brigitte Macron .

O vídeo, compartilhado nesta segunda-feira pelo blog no Uol do jornalista Jamil Chade, é parte de um programa de mais de 25 minutos que foi ao ar no domingo no canal CNews, mostrando os bastidores da reunião de cúpula que aconteceu no final de agosto, em Biarritz. A cena da conversa de Macron com Piñera aparece por volta dos 16 minutos e 4 segundos do vídeo .

A conversa ocorre no segundo dia da cúpula do G7 , logo depois de uma entrevista coletiva de Macron e Piñera, na qual o presidente francês criticou o comentário de Bolsonaro sobre sua mulher, dizendo que ele foi "triste" para os brasileiros, uma "vergonha" para as mulheres brasileiras e "extremamente desrespeitoso" .

No início do vídeo, Piñera, um dos mais fortes aliados de Bolsonaro na América do Sul, comenta a ofensa do brasileiro chamando-a de "inacreditável".

— Claro, eu tinha de reagir. Você entende? — diz Macron ao presidente chileno, que concorda com a afirmação. — Eu queria ser pacífico. Queria ser correto, construtivo com o cara [Bolsonaro] e respeitar sua soberania. Tudo bem. Mas eu não poderia aceitar isso.

Neste momento, a chanceler Angela Merkel se aproxima dos dois e mostra que concorda com a última frase de Macron: "Não".

Macron, então, continua, lembrando do episódio em julho em que o presidente brasileiro cancelou um encontro com o chanceler francês em Brasília e foi cortar o cabelo , com transmissão ao vivo, no momento em que a reunião deveria acontecer:

— Você sabe o que aconteceu quando meu ministro de Relações Exteriores foi lá? Ele deveria recebê-lo e cancelou no último minuto para ir ao cabeleireiro. E filmou a si mesmo. Desculpe, mas isso não é a atitude de um presidente — disse Macron a Piñera, que, embora o Chile não pertença ao G7, foi convidado pelo francês para a cúpula na França.

Aliado de Bolsonaro
Bolsonaro e Macron se envolveram em uma troca de farpas pública nas últimas semanas, devido à política ambiental do governo brasileiro, da qual o líder francês é um crítico.

Na semana passada, o brasileiro retirou do Facebook, alegando que queria "evitar duplas interpretações", um comentario a um meme em que um de seus seguidores comparava a aparência física de Brigitte Macron a uma imagem da primeira-dama brasileira, Michele Bolsonaro.

"Agora entende porque o Macron ataca o Bolsonaro?", dizia o comentário, ao qual o presidente brasileiro respondeu: "Não humilha, cara. Kkkkkkkkkk".

Piñera, por sua vez, passou por Brasília para um encontro com Bolsonaro quando retornou da cúpula do G7. Na ocasião, Bolsonaro disse que as declarações de Macron sobre a Amazônia só ganharam força porque o francês é de esquerda enquanto ele é de centro-direita, embora o francês se defina como de centro e defenda um programa liberal para a economia.

Na semana passada, porém, Piñera, que atua em consonância com Bolsonaro no Grupo de Lima e no Prosul , condenou publicamente as falas do presidente brasileiro sobre sua antecessora e atual alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, e o pai dela, classificando-as como uma falta de respeito .

— Não compartilho em absoluto a alusão feita pelo presidente Bolsonaro em relação a uma ex-presidente do Chile, e especialmente em um tema tão doloroso como a morte de seu pai.

Na ocasião, Bolsonaro atacou Bachelet depois que ela, em entrevista coletiva em Genebra, disse que houve uma "redução do espaço democrático" no Brasil e condenou o aumento da violência policial no país.

A resposta de Bolsonaro incluiu uma menção ao passado de Bachelet e sua família. Em sua conta no Twitter, o chefe de Estado afirmou que "se não fosse o pessoal do [Augusto] Pinochet derrotar a esquerda em 1973, entre eles o seu pai (de Bachelet), hoje o Chile seria uma Cuba". Para Bolsonaro, a alta comissária da ONU está "defendendo direitos humanos de vagabundos".

O Globo
Portal Santo André em Foco

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