O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta terça-feira (27) em sabatina na Record TV que o apoio dado ao PT no Ceará pelos irmãos dele, o senador Cid Gomes (PDT) e o prefeito de Sobral (CE), Ivo Gomes (PDT), foi como uma facada nas costas.
Questionado sobre o assunto durante a entrevista, Ciro disse que não gostaria de comentar o tema visto que "a facada está doendo muito". "A ferida está aberta, está sangrando nesse momento, dói para valer", lamentou o candidato do PDT, que já foi governador do Ceará e tem o estado como maior reduto eleitoral.
Desde o início da campanha, Cid e Ivo chegaram a participar de eventos ao lado do ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que vai disputar o Senado e apoia Elmano de Freitas (PT) ao governo estadual. O PDT também tem um candidato no Ceará, Roberto Cláudio, mas a família de Ciro não deu respaldo ao nome dele.
Sem apoio da família, o presidenciável do PDT não fez campanha no Ceará. "Sabe por que dói?" Porque dei a minha vida inteira ao povo do Ceará e tive de volta do povo do Ceará honras e privilégios que hoje me permitem dizer: 'Cearense, faça o que você quiser de mim. O que vocês fizerem, estou agradecido'. Não fiz campanha lá por isso, porque está doendo."
Ciro lembrou que venceu no Ceará em todas as vezes que disputou a Presidência da República e disse que está na expectativa para que isso não mude. "É o meu desejo. Estou na mão dos cearenses", destacou.
Adiar dívidas de estados e municípios com a União
Durante a entrevista, Ciro falou também sobre o plano de gerar 5 milhões de empregos nos dois primeiros anos de governo. Para isso, ele diz que vai propor um adiamento das dívidas que estados e municípios têm com a União e permitir que os entes invistam na conclusão de 14 mil obras inacabadas. Além disso, o candidato do PDT falou em reduzir subsídios e incentivos fiscais em 20%, que podem garantir aos cofres públicos R$ 70 bilhões.
"Por que eu não pego a parte da dívida que vai vencer nos próximos quatro anos, capitalizo no fino, acerto com governadores e prefeitos um programa consistente de investimento? Qual a guia? 14 mil obras paradas e 5 milhões de empregos. Meu projeto busca crescer 5% ao ano. São empregos de rápida geração, porque as obras estão licitadas e licenciadas. Eu cortando 20% das desonerações fiscais, tenho R$ 70 bilhões no primeiro ano. Com isso, gero 1,5 milhão de empregos na veia", explicou.
O candidato declarou, ainda, que vai propor a taxação de lucros e dividendos de pessoas com fortunas acima de R$ 20 milhões. Com isso, segundo Ciro, seria possível arrecadar R$ 60 bilhões, suficiente para bancar um programa de renda mínima no valor de R$ 1 mil a cada beneficiário. “Com essa medida, alcanço 58 mil pessoas entre 212 milhões de brasileiros e fecho conta do programa de renda mínima e acabo com fome no Brasil.”
Banco Central
Em fevereiro do ano passado, Bolsonaro sancionou a lei que estabeleceu autonomia ao Banco Central. Com isso, os mandatos do presidente e dos diretores da instituição passaram a ter vigência não coincidente com o do presidente da República. Ciro, no entanto, disse na sabatina que não vai manter o atual presidente, Roberto Campos Neto, que tem mandato até 2024.
“Ele será convidado a se demitir no primeiro dia do governo. E eu o demitirei se ele não se demitir”, afirmou o candidato. Segundo ele, manter a atual gestão do Banco Central seria fazer com que o Brasil continuasse refém de uma política econômica que não traz resultados efetivos. Ciro criticou os adversários dele, em especial o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sinalizar que deve manter Campos Neto.
“Lula está comprometido em manter a direção do Banco Central que o Bolsonaro nomeou. O Lula está pedindo que a gente derrote o fascismo, mas vendeu-se ao sistema financeiro. E eu quero ser presidente só se for pra mudar isso. Como vou resolver o problema da maior taxa de juros do mundo se deixo Banco Central comprado pelo sistema financeiro?”, questionou.
Ciro foi o segundo a participar das sabatinas que a Record TV realiza nesta semana com os candidatos à Presidência da República. Na segunda (26), o entrevistado foi o presidente Jair Bolsonaro (PL). A próxima a participar é Simone Tebet (MDB), na quarta (28). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado, mas não quis comparecer.
R7
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.