O ex-presidente e candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em comício nesta sexta-feira (23) que, se eleito, vai realizar os investimentos pendentes no trecho Norte da BR-381 – conhecida como "Rodovia da Morte" em razão das curvas acentuadas e do grande número de acidentes.
"Eu acabei de assumir um compromisso com [o candidato a governador do PSD, Alexandre] Kalil. A Dilma fez a licitação da estrada BR-381, a que veio de Belo Horizonte a Governador Valadares, a chamada Estrada da Morte. Acontece que uma empresa espanhola ganhou a licitação, essa empresa faliu e não fez a obra. A Dilma foi golpeada no governo, depois entrou o cara que deu o golpe na Dilma e agora está esse genocida lá, e eles não fizeram nada", disse Lula no comício em Ipatinga (MG).
"Nós vamos fazer a estrada e transformar a atual Estrada da Morte na Estrada da Vida, para que vocês possam ter segurança quando saírem para passear com a família de vocês", prosseguiu.
A BR-381 tem 1.181 quilômetros de extensão, sendo 950 em MG. O trecho entre Belo Horizonte e São Paulo é chamado de "rodovia Fernão Dias".
Em fevereiro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) cancelou o edital de concessão das BRs 381 e 262, no trecho entre BH e Espírito Santo, por identificar riscos nos projetos. Uma nova consulta pública foi lançada em julho, mas o atraso empurrou a assinatura prevista do contrato para 2023.
Esse projeto em discussão na ANTT previa cerca de R$ 7 bilhões em investimentos privados em mais de 670 quilômetros de pistas – na nova modelagem, as dimensões devem ser reduzidas.
Defesa da urna eletrônica
Antes do comício, também em Ipatinga, Lula conversou com jornalistas e voltou a defender a importância e a segurança das urnas eletrônicas. Os equipamentos são alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, sem a apresentação de qualquer indício de fragilidade ou risco de fraude.
"Se a Justiça Eleitoral e a urna eletrônica tivessem a possibilidade de fazer o que atual presidente fala, acho que jamais um metalúrgico teria sido eleito nesse país. Quero dizer que respeito a urna eletrônica, respeito a seriedade. Mais ainda, deveria ser um modelo para o mundo", declarou Lula.
"Acho que é importante dizer que eu ganhei a primeira pelo voto eletrônico e espero ganhar essa pelo voto eletrônico. Espero que o nosso adversário seja inteligente e, assim que for publicado o resultado, ele aceite [o resultado] e vá para casa pensar o que fazer. Porque no dia seguinte que a gente tomar posse a gente vai abrir o sigilo que ele decretou", prosseguiu o candidato do PT.
Dilma critica Ciro e pede votos do PDT
No comício em Ipatinga, além do próprio ex-presidente do Lula, candidatos da coligação ao Senado e ao governo de Minas Gerais também usaram o microfone para pedir votos.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que não disputa as eleições deste ano fez um apelo aos apoiadores de Lula para que conversem com os "companheiros" do PDT, partido ao qual já foi filiada.
Segundo Dilma, se estivesse vivo, Leonel Brizola – principal liderança da sigla, morto em 2004 – votaria em Lula e "jamais iria para Paris". A fala faz referência a Ciro Gomes, candidato do PDT ao Planalto.
Em 2018, após ser derrotado no primeiro turno, Ciro embarcou para Paris e retornou ao Brasil dois dias antes do segundo turno das eleições daquele ano – à época, o então candidato não declarou publicamente apoio a Fernando Haddad (PT) na disputa com Jair Bolsonaro. A atitude ainda provoca críticas de petistas ao ex-governador do Ceará.
“Se vocês conhecem companheiros, que são companheiros de fé, trabalhistas, do PDT, vocês sempre lembrem eles, esses companheiros. Eu fui do PDT. Lembrem esses companheiros que eu tenho certeza de uma coisa: Leonel de Moura Brizola jamais iria para Paris, jamais iria para Paris. E, no dia 2 de outubro, se ele fosse vivo, ele estaria votando no presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou Dilma, que foi um dos nomes, ao lado do marido, Carlos Araújo, a ajudar Brizola, recém-retornado ao Brasil após a Lei da Anistia, a refundar o PDT, onde permaneceu até migrar para o PT em 2000.
Nos últimos dias, com o avanço da estratégia do PT pelo voto útil – quando eleitor abre mão de preferência e vota em candidato com mais chances de ser eleito – a Lula no primeiro turno, Ciro Gomes tem sofrido uma série de desembarques de antigos aliados e membros e ex-membros do PDT. Uma dessas alas é composta por aliados de Brizola e por um dos netos do ex-governador, Leonel Brizola Neto. Ao lado do atual presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, Ciro tem rebatido os ataques.
Dilma ainda fez apelos às eleitoras presentes no ato. A ex-presidente pediu às mulheres que ajudem a reforçar uma “barreira” contra Bolsonaro, ampliando as intenções de voto masculinas em Lula. As pesquisas de intenção de voto, afirma Dilma, têm apontado que as mulheres e eleitores mais pobres são “duas barreiras” que se “constituíram contra o Bolsonaro”. Para ela, essas movimentações são necessárias para que Lula possa “ganhar no primeiro turno”.
“Eu tenho certeza que nós, mulheres, que somos mães da outra parte da população, nossos queridos maridos, irmãos e, sobretudo, todos eles são nossos filhos, vamos ser capazes de convencê-los a se constituírem também uma barreira contra Bolsonaro”,
De acordo com a mais recente pesquisa de intenção de votos do instituto Datafolha, encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo, Lula tem uma margem de 20% no eleitorado feminino – 49% a 29% de Bolsonaro. Nos homens, a diferença é de 6% -- 44% a 38%.
g1
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