A equipe do comitê de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não divulgar a versão final do programa de governo para evitar polêmicas na reta final do primeiro turno, que poderiam ser usadas contra ele.
O planejamento inicial previa o lançamento do programa ainda em setembro, mas a estratégia mudou, e a justificativa oficial é que os coordenadores ainda estão recebendo sugestões para serem incluídas na proposta.
A decisão tem sido criticada por economistas do mercado porque Lula não esclareceu, até agora, o que vai colocar no teto dos gastos públicos e como fará para financiar, por exemplo, o Auxílio Brasil de R$ 600 e a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.
Em defesa do petista, sua equipe diz que ele fez movimentos recentes reforçando a mensagem de que se pautará pela responsabilidade na área fiscal, como no caso do encontro com Henrique Meirelles, que foi ministro da Fazenda de Michel Temer e presidente do Banco Central no governo do próprio Lula.
Depois da reunião, a repercussão no mercado foi positiva, com o dólar caindo e a Bolsa subindo. Isso não significa, porém, que Meirelles seria o nome a ser escolhido pelo ex-presidente para ser seu ministro da Fazenda. Assessores de Lula dizem que ele não está tratando com ninguém sobre nomes para comandar sua área econômica e que isso será avaliado apenas caso ele venha a vencer as eleições presidenciais.
Para todo efeito, a equipe de Lula diz que ele vai repetir a política fiscal dos seus dois mandatos, quando ele sempre buscou controlar as contas públicas, mas não vai colocar um ministro na linha liberal, que defenda um Estado mínimo, a favor de privatizações em larga escala. Essa visão, segundo a equipe do ex-presidente, está superada no mundo atual, com países liberais dando importância para o investimento do Estado em áreas como saúde e educação.
Assessores de Lula lembram ainda que o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, também não detalhou seu programa de governo e não deixou claro o que fará na área econômica em um eventual segundo mandato. Para interlocutores do petista, a mesma cobrança deveria ser feita a Bolsonaro.
Na área econômica, Lula já sinalizou que vai escolher um ministro da Fazenda com visão política e que criará um conselho econômico ligado diretamente à Presidência da República, formado por economistas com visões diferentes exatamente para ele avaliar os melhores caminhos a serem adotados na economia.
g1
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