O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (23) que ofereceu ajuda ao presidente Jair Bolsonaro para combater queimadas na Amazônia. Pelas redes sociais, o norte-americano também disse que conversou sobre comércio com o Brasil.
"Acabei de falar com o presidente Jair Bolsonaro, do Brasil. Nossas expectativas de comércio são muito empolgantes e nosso relacionamento está forte, talvez mais forte do que nunca", escreveu.
"Eu disse a ele que se os Estados Unidos puderem ajudar com as queimadas na Floresta Amazônica, nós estaremos prontos para ajudar!", completou.
Em comunicado enviado à TV Globo, o Departamento de Estado norte-americano confirmou que "está pronto" para "considerar qualquer pedido" de ajuda do Brasil. Até o momento, segundo o governo dos EUA, não houve nenhuma solicitação do tipo.
No fim desta tarde, o presidente brasileiro autorizou o uso de Forças Armadas no combate às queimadas na Amazônia.
Bolsonaro comentou no Twitter que Trump se colocou à disposição para ajudar na proteção da Amazônia e no combate às queimadas, "se assim desejarmos, bem como para trabalharmos juntos por uma política ambiental que respeite a soberania dos países".
"As relações entre o Brasil e os EUA estão melhores do que nunca. Temos o desejo mútuo de lançar uma grande negociação comercial em breve, com a finalidade de promover a prosperidade dos nossos povos", acrescentou Bolsonaro.
'Profundamente preocupado'
Mais cedo, também nesta sexta, o governo norte-americano afirmou estar "profundamente preocupado" com os incêndios na Amazônia, por meio de uma autoridade da Casa Branca que não se identificou.
O funcionário do governo afirmou que os americanos estão preocupados com o "impacto dos incêndios na floresta amazônica sobre as comunidades, a biodiversidade e os recursos naturais da região".
Repercussão internacional
Essa manifestação inicial dos EUA sobre a situação na Amazônia acompanhou a fala de outros líderes que comentaram o assunto desde esta quinta-feira. Angela Merkel, da Alemanha; Emmanuel Macron, da França; Boris Johnson, do Reino Unido; e Justin Trudeau, do Canadá, se pronunciaram diretamente ou por meio de porta-vozes.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro respondeu aos comentários de Macron de que a cúpula do G7 precisa discutir a "crise internacional" das queimadas na Amazônia afirmando que o francês "evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI".
Além disso, o francês acusou Bolsonaro de mentir sobre clima e colocou em cheque acordo entre Mercosul e União Europeia.
O governo de Angela Merkel também tratou os incêndios na Amazônia como um tema de interesse internacional. "A magnitude dos incêndios é preocupante e ameaça não só o Brasil e os outros países afetados, mas também o mundo inteiro", disse Steffen Seibert, representante de Merkel.
De acordo com o gabinete do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, ele vai dizer no encontro de cúpula do G7 que é preciso renovar o foco na proteção da natureza.
"O primeiro-ministro está gravemente preocupado pela alta da quantidade de incêndios na floresta amazônica e o impacto de trágicas perdas nesse habitat", disse um porta-voz de Johnson.
As queimadas no território nacional aumentaram 82% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, e se intensificaram nas últimas semanas. Na noite de quinta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro fez reunião de emergência com ministros para discutir que medidas devem ser tomadas.
G1
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