Novembro 24, 2024

'Motivo não se justifica', diz Bolsonaro sobre morte de petista Featured

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (13) que não se justifica o motivo que culminou no assassinato tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, em Foz do Iguçu (PR), pelo policial penal Jorge José da Rocha Guaranho. A polícia apura a motivação do crime, e uma das possibilidades é intolerância política.

"Teve lá uma troca de tiros, uma barbaridade. Uma briga que não se justifica, o motivo da briga não se justifica", disse Bolsonaro durante conversa com apoiadores, no Palácio do Alvorada, em Brasília.

Na conversa, o chefe do Executivo comentou a ligação que fez aos irmãos do petista assassinado por Guaranho. "Falei com dois irmãos, que são eleitores nossos, simpatizantes, e o outro irmão que era de esquerda. Por coincidência, resgatamos uma foto de 2017 eu com o irmão dele que morreu. Inclusive ele pediu para mim, não lembrava, mas que votasse algo com ele. Eu votei com eles. Eu votei a favor desse petista que faleceu", contou Bolsonaro.

Na sequência, o presidente citou as críticas por não ter entrado em contato com a viúva da vítima. "Se ela estivesse lá, falava com ela também. A gente lamenta, não se justifica a motivação, a briga, do nada. Infelizmente uma morte e outro [homem] no hospital."

Telefonema
Um dia após dizer que não tinha nada a ver com a morte de Marcelo Arruda, Bolsonaro conversou com familiares da vítima. O telefonema, realizado na terça-feira (12), foi intermediado pelo deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que viajou ao município para se encontrar com os familiares da vítima.

"O que a gente quer é que reine sempre a paz. O que não justifica é a violência. Esse cara [que assassinou Marcelo], pelo que tudo leva a crer, é um desequilibrado. Por mais que, porventura, tenha tido uma troca de palavras grosseiras, não justifica o cara voltar armado e fazer o que fez. No meu entender, nada justifica o que aconteceu. Nada justifica", afirmou Bolsonaro, em chamada de vídeo com José e Luiz de Arruda.

"A verdade é que essa esquerda aí está fazendo uso político. A gente busca sempre a paz. Vocês nunca viram eu estimulando qualquer tipo de atrito, apesar de grande parte da imprensa dizer exatamente o contrário", acrescentou.

Durante o contato com José e Luiz, o presidente sugeriu que eles se dirijam a Brasília para conversar com a imprensa sobre o caso. "A possível vinda de vocês a Brasília, se concordarem, qual é a ideia? É ter uma coletiva de imprensa para falar o que aconteceu. Até para [poupar] ataques ao seu irmão. Não é a direita, a esquerda. Eu faria isso para vocês terem a imprensa na frente de vocês para mostrar o que aconteceu", ponderou.

O caso
Um dos líderes do Partido dos Trabalhadores e guarda municipal em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, foi assassinado na própria festa de aniversário no último domingo (10). O caso é investigado pela polícia como intolerância política, mas ainda não há confirmação oficial da motivação do crime.

Segundo o boletim de ocorrência, o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, comemorava o aniversário com a temática do PT com amigos e familiares. Durante a confraternização, o agente penitenciário federal, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho, teria chegado ao local em um veículo Creta, acompanhado por uma mulher e uma criança.

Conforme o relato de testemunhas, o agente federal desceu do carro com uma arma na mão, gritou o nome do presidente Jair Bolsonaro e deixou o local. A festa continuou e o suspeito retornou, desta vez sozinho. Ao perceber a presença do agente, a companheira de Marcelo, que é policial civil, se identificou e, na sequência, Marcelo relatou que era guarda municipal. O agente, então, atirou contra o guarda, que também estava armado e revidou. Os dois homens foram baleados na discussão.

Socorristas do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) foram acionados e prestaram atendimento às vítimas. Marcelo não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Guaranho foi internado em estado grave, em um hospital de Foz do Iguaçu.

O agente penitenciário é policial penal federal e trabalha na Penitenciária de Catanduvas, no Oeste do Paraná, que fica a cerca de 200 quilômetros de Foz do Iguaçu. As duas armas, do guarda e do policial, foram recolhidas e encaminhadas para perícia.

R7
Portal Santo André em Foco

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