A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra o pedido de senadores para que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), seja investigado no caso do escândalo de corrupção no Ministério da Educação, envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
O pedido parte de uma notícia-crime regitrada por senadores da oposição. No pedido de investigação contra Bolsonaro, eles alegam que Bolsonaro teria cometido "violação de sigilo processual e obstrução de Justiça". O embasamento foi a gravação da conversa do ministro com a filha, onde ele afirma que Bolsonaro ligou para ele e avisou sobre o risco de uma operação.
Segundo Ribeiro, Bolsonaro, que estava em viagem aos Estados Unidos acompanhado do ministro da Justiça, Anderson Torres, teria telefonado para avisá-lo sobre a possibilidade de busca e apreensão contra Ribeiro.
O alerta do presidente, segundo os senadores, teria se concretizado com o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e a prisão do ex-ministro e de outros investigados.
Pedido de propina
Milton Ribeiro se tornou investigado depois que pastores sem ligação com o MEC supostamente começaram a procurar prefeituras no Norte do país para cobrar propina em troca de liberação de verbas da Educação. Ele e os religiosos negam irregularidades.
O próprio Ribeiro afirmou à Polícia Federal que recebeu os pastores a pedido de Bolsonaro. Segundo a PGR, porém, a notícia-crime não inova e não traz elementos "para contribuir com as investigações em andamento".
Além disso, de acordo com a decisão da PGR, os fatos narrados pelos senadores "já estão, em tese, abrangidos por inquérito policial que foi declinado ao Supremo Tribunal Federal". Por isso, não se justificaria abrir mais um processo apuratório idêntico.
R7
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