A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre um pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro em razão das denúncias de um caso de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação ao longo da gestão do ex-ministro Milton Ribeiro.
Na semana passada, Ribeiro chegou a ser preso pela Polícia Federal em uma operação que apura o esquema. Em áudio obtido pela corporação ao longo das investigações, o ex-ministro afirmou que foi avisado pelo presidente que seria alvo de uma ação policial. Segundo Ribeiro, o chefe do Executivo disse a ele que tinha o "pressentimento" de que a PF poderia prendê-lo.
Após a divulgação do áudio, o STF recebeu pedidos de investigação contra o presidente. Um deles diz que o grupo que atuava de forma irregular no Ministério da Educação "agia em nome, a pedido e por delegação do presidente da República".
O encaminhamento à PGR do pedido de inquérito contra Bolsonaro foi feito para conhecimento e as providências que o procurador-geral da República, Augusto Aras, entender cabíveis ao mandatário, pois apenas ele pode oferecer denúncia pela prática de crime comum contra o presidente.
As investigações no MEC tiveram início depois que foram divulgadas informações sobre a existência de um "gabinete paralelo" dentro da pasta com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles teriam atuado articulando a liberação de recursos do FNDE para municípios em troca de recursos. Prefeitos ouvidos pela Comissão da Educação no Senado confirmaram pedidos e disseram ter havido até mesmo solicitação de pagamento em ouro.
R7
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