O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (26), que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tem carta branca para eventuais mudanças na Petrobras e na política de preços adotada pela estatal. O chefe do Executivo defendeu a privatização da empresa e negou interferência após demissões.
"Eu deixo para o Sachsida definir. Eu mandei levantar [dados] o que é o PPI de verdade, porque eu não tinha informações", disse. O preço de paridade de importação (PPI), citado pelo presidente, é o modelo adotado pela Petrobras, que faz com que o valor da gasolina, do etanol e do diesel acompanhe do petróleo no mercado internacional.
"Se quiser privatizar, e eu sou favorável, mas tem que ter critério. Não pode tirar monopólio estatal e mandar para o monopólio privado", completou. Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, informou que, em eventual reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o governo privatizará a Petrobras.
O presidente voltou a criticar o lucro de R$ 44 bilhões obtidos pela estatal no primeiro trimestre deste ano. "É a petrolífera que mais lucra no mundo. Outras diminuíram a sua renda, seus lucros, porque algo atípico está acontecendo no mundo, a guerra na Ucrânia. Aqui não se vê isso daí." Bolsonaro criticou, ainda, a direção da estatal. "Se ficar mais seis meses, eles podem ter uma política de continuísmo do que vinha acontecendo."
Em seu primeiro ato como ministro, Sachsida pediu estudos para a privatização da Petrobras e do Pré-Sal. Guedes, por sua vez, informou que dará continuidade ao projeto. Pesquisa Ipespe/XP aponta que 67% da população é favorável à privatização da Petrobras, mas apenas se houver garantia de que o preço dos combustíveis vai cair.
Bolsonaro afirmou ainda que não interferir na Petrobras. "Porque o PT já fez isso no passado. Além da roubalheira e interferência dos combustíveis, a Petrobras se endividou em R$ 900 bilhões, 60 vezes a transposição do Rio São Francisco. A gente não vai incorrer no mesmo erro", argumentou.
Mudanças na direção da Petrobras
Apesar da declaração, o governo prepara alterações no conselho de administração e na direção da estatal. Na última segunda-feira (23), o governo demitiu José Mauro Ferreira Coelho, empossado havia cerca de 40 dias. Braço direito de Guedes, Caio Mario Paes de Andrade foi indicado para substitituí-lo.
Coelho tomou posse como presidente da Petrobras em 14 de abril — ele foi o terceiro a ocupar o posto na estatal durante o governo Bolsonaro, depois de Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco.
O químico deixou o comando da Petrobras pelos mesmos motivos que seus antecessores: os reajustes feitos no preço dos combustíveis, que têm irritado Bolsonaro no ano em que o presidente busca a reeleição. No início deste mês, sob a chefia de Coelho, a empresa anunciou aumento de 8,8% do diesel nas refinarias — o litro passou de R$ 4,51 para R$ 4,91.
Encontro com Joe Biden
O Ministério das Relações Exteriores informou que o presidente participará da Cúpula das Américas, a ser realizada em junho em Los Angeles, nos Estados Unidos. Segundo a pasta, o chefe do Executivo se encontrará, ainda, com o líder estadunidense, Joe Biden.
Na última terça-feira (24), Bolsonaro encontrou-se com o assessor especial da Casa Branca, Christopher Dodd, para tratar do evento. "Ali eu botei as cartas na mesa. Eu falei da mudança de comportamento dos Estados Unidos para com o Brasil quando Biden assumiu. Com o Trump, ia muito bem. Com o Biden, houve congelamento. Da minha parte, não mudei", contou.
"Foi acertado. Terei uma [reunião] bilateral com ele [Biden]. Irei para fazer valer o que o Brasil representa para o mundo", completou.
Morte por asfixia em Sergipe
Bolsonaro relatou que ia procurar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para mais informações acerca do homem de 38 anos que morreu asfixiado após uma abordagem da força em Sergipe.
A vítima foi abordada e algemada por dois agentes da polícia enquanto conduzia uma motocicleta na BR-101, em Umbaúba, na tarde de quarta-feira (25). A dupla colocou o homem dentro do porta-malas da viatura à força enquanto uma fumaça branca, não identificada, sai do veículo. Após alguns minutos, quando abrem a porta, o homem já está desacordado. Os dois policiais foram afastados.
"Vou me inteirar com a PRF. Eu vi há pouco, há duas semanas, aqueles dois policiais executados por um marginal que estava andando lá no Ceará. Foram negociar com ele, o cara tomou a arma dele e matou os dois. Nesse caso, não tomei conhecimento do que tinha na cabeça dele", relatou Bolsonaro.
"Uma coisa é execução. A outra eu não sei o que aconteceu. A execução ninguém admite ninguém executar ninguém. Mas não sei o que aconteceu para te dar uma resposta adequada", acrescentou.
R7
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