O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender, nesta terça-feira (17), a posse e porte de arma de fogo para o "cidadão de bem". "Entendemos que a arma de fogo, além de segurança pessoal para as famílias, também é segurança para nossa soberania nacional. E a garantia de que a nossa democracia será preservada. Não interessam os meios que por ventura um dia tenhamos que usar. A nossa democracia e a nossa liberdade são inegociáveis", disse.
Como o R7 mostrou, uma nota técnica elaborada pela Consultoria Legislativa do Senado Federal revelou que 166.529 brasileiros podem passar a andar armados no Brasil caso seja aprovado o projeto de lei 3.723/2019, que amplia o porte e a posse de armas de fogo no país.
A proposta está em análise no Senado Federal, com relatoria do senador Marcos do Val (Podemos-ES) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). De acordo com o texto, os chamados CACs (caçadores, atiradores desportivos e colecionadores) passam a ter direito de comprar até 16 armas. A matéria também extingue a necessidade de autorização de porte de armas para esses grupos.
Também nesta terça, Bolsonaro lamentou a perda do poder aquisitivo de cidadãos e de servidores públicos. O presidente atribuiu a causa à guerra entre a Rússia e a Ucrânia e às políticas sanitárias adotadas durante a pandemia de Covid-19.
"Mas tenho certeza que brevemente isso será recuperado. E em especial a Polícia Rodoviária Federal, que está nos acompanhando neste momento", destacou o presidente, em um aceno à força de segurança, sua base eleitoral, em ano em que buscará a reeleição.
O preço da cesta básica de alimentos aumentou em abril em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Foi o segundo mês consecutivo de alta.
De acordo com a pesquisa, o trabalhador que recebe um salário mínimo (R$ 1.212) comprometeu em média 61% do rendimento para comprar os produtos da cesta, mais do que em março, quando o percentual foi de 58,57%.
Puxada pelo valor de alguns alimentos e dos combustíveis, a inflação oficial de preços no Brasil alcançou 12,13% no acumulado dos últimos 12 meses. Trata-se do maior nível para o período de um ano desde outubro de 2003, quando o índice apresentava alta de 13,98% na mesma base de comparação.
As declarações foram dadas por Bolsonaro durante cerimônia de inauguração da duplicação de um trecho de 40 km da BR-101, entre as cidades de Propriá e Capela, em Sergipe. Essa é a quinta viagem oficial em sete dias do chefe do Executivo, que busca a reeleição. As obras custaram R$ 203,8 milhões aos cofres públicos e beneficiam cerca de 120 mil pessoas.
Participam do evento os ministros Marcelo Sampaio (Infraestrutura) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), o ex-ministro João Roma (Cidadania) e o ex-presidente Fernando Collor.
R7
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