O ministro da Justiça, Sergio Moro , enviou ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que diz não ter orientado a Polícia Federal (PF) que destruísse as mensagens trocadas por autoridades via Telegram que foram obtidas pelo hacker Walter Delgatti Neto, preso em julho na Operação Spoofing. O documento de Moro foi direcionado ao ministro Luiz Fux, que havia determinado o envio de esclarecimentos dele ao Supremo, em resposta a uma ação apresentada pelo PDT.
O partido havia pedido que o STF impedisse a destruição das mensagens depois que uma nota do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi divulgada com a informação de que Moro disse ao presidente da Corte, ministro João Otávio de Noronha, que o material seria "descartado para não devassar a intimidade de ninguém".
Ao STF, Moro garantiu que "não exarou qualquer determinação ou orientação à Polícia Federal para destruição" do material e que a situação "é apenas um mal-entendido quanto à declaração sobre a possível destinação do material obtido pela invasão criminosa dos aparelhos celulares, considerando a natureza ilícita dele e as previsões legais".
Na semana passada, em resposta ao PDT, Fux determinou a preservação das provas colhidas na Operação Spoofing, que prendeu outras três pessoas além de Delgatti Neto. O magistrado também determinou que fosse enviada ao STF "cópia do inteiro teor do inquérito relativo à referida operação, incluindo-se as provas acostadas, as já produzidas e todos os atos subsequentes que venham a ser praticados". Há a suspeita de que ministros da Corte tenham tido contas no Telegram invadidas.
De acordo com Moro, a PF, que é ligada ao Ministério da Justiça, e ele próprio já tinham esclarecido a questão em notas emitidas respectivamente em 25 e 30 de julho "no sentido de que não haveria nenhuma determinação administrativa para destruição do material".
O Globo
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