A AGU (Advocacia-Geral da União) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que rejeite uma ação apresentada à Corte que contesta o valor de R$ 4,9 bilhões estabelecido pelo Congresso Nacional para o fundo eleitoral deste ano.
Em resposta a um pedido efetuado pelo ministro André Mendonça, que solicitou mais informações ao governo sobre o montante destinado ao fundão para 2022, a AGU afirmou que o valor não é inconstitucional.
A ação que pede a suspensão do fundo eleitoral foi apresentada pelo partido Novo. Nela, a legenda reclama que o valor de R$ 4,9 bilhões é muito alto — mais que o dobro do utilizado nas eleições de 2018, cerca de R$ 2 bilhões — e adverte que, quanto maior forem os valores destinados para o custeio das eleições, maior será o desvio de finalidade.
Além disso, o partido afirma que houve um aumento discricionário do fundão para que algumas forças políticas se sobrepusessem economicamente a outras e, assim, pudessem ter muito mais chances de vitória nas urnas.
A AGU rebateu os argumentos utilizados pelo partido para pedir a revogação do fundo eleitoral. Segundo o órgão, o Novo "não apresentou qualquer indício de concretude, baseando-se em suposições" e "argumentos demasiadamente abstratos, que comprometem até mesmo o exame acerca da compatibilidade com a Constituição".
De acordo com a AGU, "a forma de distribuição dos recursos guarda uma métrica objetiva e legalmente prevista, de modo que adotar a premissa de que quanto maior for o valor destinado para as campanhas maior será o desvio de finalidade seria, por si só, um equívoco, sobretudo, por estarmos diante da ausência de elementos concretos para tanto".
"Não se apresenta razoável partir da premissa de que a destinação de recursos para campanhas eleitorais, definida por critérios legais, estaria a depender de um sarrafo quantitativo para sabermos se atende ou não ao princípio constitucional da moralidade", defendeu o órgão.
Além disso, a AGU afirmou que, se o STF suspender o fundão, poderá gerar insegurança à comunidade dos partidos políticos. "Há de se considerar que a sustação daquilo que já deliberado e aprovado pelo Congresso Nacional ocasionaria incertezas para o processo eleitoral que se aproxima."
O ofício da AGU foi assinado pelo consultor da União Vinicius Brandão de Queiroz. Além da manifestação do órgão, Mendonça pediu o posicionamento do Congresso Nacional e da PGR (Procuradoria-Geral da República) para, em seguida, tomar uma conclusão. Esta é a primeira decisão do ministro desde que foi empossado no Supremo, em dezembro do ano passado.
R7
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.