Diante da pressão de outras categorias por reajuste salarial, além de ameaça de paralisações, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido aconselhado por integrantes do Ministério da Economia a recuar do reajuste salarial prometido a policiais no final de 2021.
Segundo o blog apurou, o ministro Paulo Guedes tem repetido a políticos bolsonaristas, que defendem o reajuste como gesto à categoria que é vista como base do presidente, que não é hora de dar reajuste salarial a ninguém.
Inclusive, ministros do Supremo Tribunal Federal têm conversado com integrantes do governo e avaliado que o reajuste específico, se for adiante, certamente será judicializado e que, diante do avanço da ômicron e de incertezas na economia, "não faz sentido" discutir aumento salarial para servidor público em momento de crise.
O próprio centrão foi contra o reajuste apenas para policiais desde o começo da discussão — mas Bolsonaro pediu a Guedes que arrumasse espaço fiscal para conceder o aumento. O Congresso acabou aprovando um valor de R$ 1,7 bilhão para essa finalidade, que ficou abaixo dos R$ 2,8 bilhões propostos pelo Ministério da Economia. De acordo com a pasta, o aumento salarial para a categoria ocorreu por uma "decisão do presidente da República".
O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse ao blog nesta quinta-feira (13) que desde o final de 2021 vem dizendo que, em sua avaliação, seria melhor não dar reajuste a ninguém pois a "confusão era esperada", referindo-se à reação de outras categorias. Mas que a decisão política é do presidente e agora o governo discute uma solução para a questão.
"Não estou me opondo ao reajuste, eu sempre disse que achava melhor não dar reajuste a ninguém. Mas a decisão política foi tomada e agora o governo está discutindo qual a melhor solução".
No fim de 2021, Bolsonaro mandou Guedes centralizar o reajuste na categoria de policiais para fortalecer sua base de apoio de olho em votos para 2022.
No entanto, diante da indefinição a respeito do reajuste, integrantes da polícia federal têm reagido nos bastidores e avisaram ao ministro da Justiça, Anderson Torres, que haverá desgastes para a imagem do presidente junto à corporação se o governo recuar de sua promessa.
Hoje, também está prevista uma reunião do ministro da Economia com o presidente do sindicato nacional dos auditores fiscais da Receita Federal, categoria que também pressiona por reajuste.
g1
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