O presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou, nesta terça-feira (14), o programa Rodovida, da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Em seu discurso, o chefe do Executivo criticou a polarização do órgão, reconheceu o trabalho "excepcional" dos agentes e contou que já foi parado por eles duas vezes. Bolsonaro também irá se reunir com equipes de dois ministérios para discutir reestruturação e reajuste salarial dos policiais.
No início de seu pronunciamento, o presidente comentou sobre a reunião que terá no período da tarde com técnicos da equipe do Ministério da Economia, mas não deu mais detalhes. Na última segunda-feira (13), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, informou que havia entregue para Paulo Guedes a reestruturação das carreiras da Polícia Federal, PRF e do Depen.
"É uma reunião entre as equipes da Economia, Justiça e Governo para tratar da reestruturação da polícia. A ideia é reestruturar a PF, criar uma carreira para eles, mudar algumas coisas nas carreiras da PRF, e regulamentar e organizar a polícia penal. São questões pendentes há um tempo e vamos apresentar de forma oficial para discutir com a equipe econômica. Toda reestruturação prevê diminuição aqui, aumento ali. É uma reestruturação", disse Torres a jornalistas nesta terça.
De acordo com o ministro, são projetos distintos, mas ele não deu estimativa nem valores. “Nada disso está fechado ainda. Tem que fazer a previsão orçamentária esse ano para, no ano que vem, apresentar uma medida provisória”, acrescentou Torres.
Em seu discurso, Bolsonaro avaliou que atua como técnico diante da PRF. “Assim como no futebol, a gente escala o time, eu nunca vi o Felipão bater pênalti no Grêmio ou Corinthians. Quem bate o pênalti são vocês, os agentes na ponta da linha, e nós temos que valorizar. Eu reconheço o trabalho excepcional de vocês”, afirmou.
"Estou ficando velho, 66 anos, cheguei em 91 na câmara. Naquela época, não foram poucas reuniões dos colegas de vocês que buscavam o Parlamento para o devido reconhecimento e a despolitização de vocês. Os mais jovens talvez não tenham noção do que era a politização da PRF no passado, onde cada parlamentar mandava em uma superintendência ou delegacia", disse Bolsonaro. "[Isso] mudou ao longo dos anos, mas nosso governo foi 100% com as indicações de vocês mesmo. Não tem indicação nossa aqui. Obviamente, como digo aos ministros, carta branca, mas tenho poder de veto", complementou.
O programa Rodovida, que conta com o apoio do Ministério da Infraestrutura, busca a integração entre órgãos públicos federais, estaduais e municipais com foco na fiscalização para a prevenção e redução de acidentes de trânsito. De acordo com a pasta, o projeto tem o tripé de engenharia, educação e fiscalização.
"Agora não é mais operação, vira programa e, com isso, passa pelo esforço mais organizado, coordenado e acaba abrangendo quantidade de organização muito maior em prol da segurança do trânsito. Importante do ponto de vista social, humano e econômico. Nós precisamos combater essa perda de vidas", disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, acrescentando que o projeto contará com R$ 15 bilhões de investimentos.
O evento contou com a participação dos ministros Fabio Faria (Comunicações), Milton Ribeiro (Educação), Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Ciro Nogueira (Casa Civil), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados, e o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.
Apoiadores
Mais cedo, Bolsonaro falou com apoiadores no Palácio do Alvorada. O presidente voltou a criticar as restrições da pandemia de Covid-19 e disse que "estão tentando acabar com a autonomia dos médicos". "Se você tiver plano de saúde, não procure médico, procure Renan Calheiros, Omar Aziz, Randolfe [Rodrigues]", falou.
Na sequência, o presidente também comentou sobre as eleições de 2020. "Eu vi prefeito que fez barbaridade na pandemia ser reeleito. Olha o de Araraquara [interior de São Paulo], que prendeu mulher em praça pública. Eu apoiei discretamente um cara em São Paulo e no Rio, perderam."
Bolsonaro foi questionado ainda se apoiaria a candidatura do senador Marcos Rogério (DEM-RO) para o governo de Rondônia em 2022. "Tem estado aí que tem até quatro candidatos que me apoiam, eu não posso ficar com um, se não os outros vão ficar chateados comigo. Eu estou no segundo turno. No primeiro turno não estou com ninguém", contou.
R7
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