O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou, na manhã desta quinta-feira (14), a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de não se vacinar contra a Covid-19. Para o médico cardiologista, esta é uma decisão pessoal, mas o ministro disse esperar que a população busque os postos de vacinação, já que essa é a principal estratégia contra a doença.
"O governo do presidente Bolsonaro defende a dignidade da pessoa humana, a vida, a liberdade e a tomada de decisão, que é algo pessoal. Então, vamos esperar que as pessoas busquem a sala de vacinação. No caso do presidente, que ele saiba tomar a melhor decisão para ele e para o nosso país, como tem feito até agora", declarou Queiroga a jornalistas, na porta do ministério.
Bolsonaro tem justificado a decisão de não recorrer à vacinação por já possuir anticorpos contra a doença. "A minha imunização está lá em cima, IgG está 991. Para que eu vou tomar uma vacina?", questionou o mandatário, após afirmar que decidiu não tomar as doses. Ainda assim, o ministro reiterou a importância da imunização, mesmo para aqueles que já foram infectados pelo vírus e sobreviveram.
"Os brasileiros foram fortemente atingidos por vírus, por essa variante Gama e as pessoas têm proteção forte em função da infecção, que também protege. Muitos tiveram Covid, tomaram a vacina e ficam mais protegidos ainda", afirmou Queiroga, ressaltando que, dentro do conjunto de fatores que explica o "conforto epidemiológico" atual, a "vacinação é o mais importante".
O cenário mais favorável, segundo o ministro, também é percebido em outros países da América Latina, que avançam na vacinação. O desafio consiste em igualar as estratégias entre os países vizinhos, bloqueando o surgimento e disseminação de novas variantes. "Estamos trabalhando, teremos reunião com ministros de Saúde para buscar estratégia para proteger melhor a América do Sul".
Ao passo em que a vacinação avança e que o controle do contágio se torna mais palpável, o questionamento quanto ao uso de máscaras se torna mais frequente. Queiroga tem indicado que a discussão está na mesa, mas se irritou com a insistência dos questionamentos em relação ao tema. "A medida em que o cenário epidemiológico fique cada vez mais controlado, será uma tendência natural. Precisamos criar narrativas corretas e não ficar insistindo polêmicas inúteis."
R7
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