Citada no depoimento do suposto hacker Walter Delgatti Netto à Polícia Federal , a ex-deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) se prontificou a ajudar nas investigações sobre as eventuais invasões em seu perfil do Telegram. Em férias no exterior, Manuela divulgou nota confirmando ter repassado o contato do jornalista Glenn Greenwald , do The Intercept Brasil, ao suposto hacker e disse ter autorizado seus advogados a “entregarem cópias das mensagens” à investigadores da PF.
"Me coloco à inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração. Estou, por isso, orientando os meus advogados a procederem a imediata entrega das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram à Polícia Federal, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial".
Candidata a vice na chapa presidencial de Fernando Haddad (PT) em 2018, Manuela confirmou ter sido avisada pelo aplicativo de mensagens Telegram que seu perfil havia sido invadido no estado da Virgínia (EUA) e que, no mesmo dia, recebeu mensagem de uma pessoa não identificada. Manuela diz ter pensado se tratar de “armadilha montada por adversários políticos” e nega conhecer o hacker.
"Pela invasão do meu celular e pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada por meus adversários políticos", escreveu na nota.
No texto, ela também explica como ocorreu a abordagem do suposto hacker para entrar em contato com o jornalista Glenn Greenwald. Ela diz ter recebido mensagem de alguém que dizia estar na lista de contatos, mas que mais tarde explicou o interesse em divulgar “provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras”.
"Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza", disse, em nota, confirmando também ter repassado ao suposto hacker o contato de Glenn Greenwald.
Janot aguarda desdobramentos
O ex-procurador-Geral da República Rodrigo Janot, outro dos alvos de Delgatti, disse que prefere aguardar os desdobramentos das apurações:
"Fui vítima de um crime. Espero que ele e quem estiver junto pague o que deve para a Justiça. Não me parece coisa de um louco ou de uma pessoa isolada. Aguardemos as investigações".
O deputado Kim Kaguiri disse estar surpreso com a informação de que seu telefone foi hackeado e confirmou que tinha em sua agenda os contatos do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Também mencionado por Walter Delgatti Netto em seu depoimento, o procurador da República José Robalinho rebateu a afirmação de que criou o grupo de Telegram Valorizados MPF, mas argumentou que era membro participativo do grupo por estar, à época, a frente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Procurados, os ministros Sérgio Moro e Alexandre Moraes não se pronunciaram. Já a assessoria de imprensa do ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não ele não comentaria a citação. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) não retornou às ligações.
O Globo
Portal Santo André em Foco
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