O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta terça-feira (17) que não considera "recomendável", para o Brasil, avançar na discussão de um eventual impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do presidente da República.
No último sábado (14), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pediria ao Senado a abertura de processos desse tipo contra os ministros do STF Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Até o fim da tarde desta terça, os textos ainda não tinham sido protocolados.
"Já há pedidos de impeachment de ministros do Supremo no âmbito do Senado. A presidência [do Senado] entendeu que não havia ambiente e nem justa causa para o encaminhamento e a evolução desses pedidos", declarou Pacheco.
"Entendemos justamente isso: precipitarmos numa discussão de impeachment seja do Supremo, seja do presidente da República, ou qualquer tipo de ruptura, não é algo recomendável para um Brasil, que espera uma retomada do crescimento, uma pacificação geral, uma pauta de desenvolvimento econômico, de combate à miséria e à pobreza, ao desemprego", prosseguiu.
Questionado se estaria disposto a avaliar os pedidos que Bolsonaro pretende apresentar , Pacheco afirmou que "toda iniciativa do presidente da República" deve ser "considerada".
"Mas é melhor aguardar que os acontecimentos surjam para que haja um posicionamento formal do Senado", declarou.
De acordo com o colunista do G1 Gerson Camarotti, Pacheco sinalizou no fim de semana a aliados que não deve dar seguimento aos pedidos de impeachment que venham a ser apresentados neste momento por Bolsonaro.
A Constituição Federal diz que "compete privativamente ao Senado Federal" processar e julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal em casos de crime de responsabilidade. Mais de 10 pedidos contra magistrados da Corte estão parados no Senado.
Diálogo e exemplo
O presidente do Senado voltou a cobrar diálogo entre os poderes e "exemplo" daqueles que chefiam o Executivo, o Legislativo e Judiciário.
"O diálogo precisa estar presente entre os chefes de poderes, entre as instituições, para que possamos ter um minuto de paz no Brasil, um momento de paz no Brasil, por conta de tudo que sofremos nesse biênio, especialmente em função da pandemia", disse.
O parlamentar reconheceu a instabilidade institucional que o país atravessa e confirmou que vai se reunir com o presidente do STF, Luiz Fux, nesta quarta-feira (18) para fazer uma "reflexão" sobre o papel de cada poder na crise.
"O importante é apararmos as arestas, encontrarmos um caminho comum, pacificarmos a sociedade brasileira. E essa pacificação da sociedade passa por um exemplo e demonstração dos homens públicos que dirigem o país", concluiu o senador.
G1
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