O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer ataques ao sistema eletrônico de voto, após admitir, nesta quinta-feira (29), que não tem provas de fraudes em eleições. "Estão defendendo não ter o voto auditável como se fosse a própria vida?", disse o presidente a apoiadores nesta sexta (30) na saída do Palácio da Alvorada.
Ele citou ainda uma possível defasagem das atuais urnas eletrônicas.
"Por que a reação em ter um sistema confiável de apurar voto? Estão defendendo não ter o voto auditável como se fosse a própria vida. Será que não é? Alguns países têm voto eletrônico, mas urnas de primeira, segunda geração", afirmou o chefe do Executivo.
Na apresentação feita pelo presidente na quinta, um homem diz ser fácil adulterar o resultado das urnas por meio de alteração do código-fonte. Conforme informou o Estadão/Broadcast, a informação é falsa. O dispositivo é desenvolvido por equipe restrita do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e tem mecanismos de segurança capazes de impedir o funcionamento das urnas com arquivo modificado.
De acordo com informações do TSE, as urnas eletrônicas mantiveram apenas a aparência desde 1996. Em 2008, todos os modelos foram trocados por versões com alteração tecnológica. Antes disso, houve pelo menos três atualizações do sistema de funcionamento do software dos equipamentos.
Crise hídrica
O presidente voltou a admitir que o país passa por uma das maiores crises hídricas da história, mas fez ressalvas. Segundo ele, não havia como evitar o problema, por se tratar de fenômeno provocado por causas naturais. "Não fujo da minha responsabilidade, mas não tenho como lutar contra a natureza", afirmou.
Bolsonaro se refere à falta de água nos reservatórios das hidrelétricas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por aproximadamente 70% da capacidade de armazenamento para geração de energia do País. O Brasil atravessa a pior crise hidrológica dos últimos 91 anos.
Questionado sobre o aumento do preço do aço, Bolsonaro culpou a pandemia do novo coronavírus ao afirmar que o movimento ocorreu no mundo inteiro. "Isso é mercado, não posso interferir, o problema é no mundo todo", justificou. "O mundo todo está consumindo mais, China está comprando mais", disse em seguida.
Agência Estado
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