O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse estar bastante animado com a recuperação econômica do país após a crise causada pelo novo coronavírus e reforçou nesta terça-feira (20) elogios ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e aos técnicos da pasta. Em entrevista ao programa de rádio A Voz do Brasil, o presidente destacou a criação de empregos e a aprovação no Congresso do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
"Estamos bastante animados com a recuperação da economia, graças em grande parte, à nossa equipe econômica, que tem à frente o ministro Paulo Guedes", afirmou. Os elogios, entretanto, contrastam com declarações dadas mais cedo pelo presidente à rádio Itatiaia com críticas à proposta de reforma tributária que havia sido entregue pela pasta ao Congresso. Entre os pontos de atrito, Bolsonaro disse que houve "exagero" da Economia e ameaçou vetar a proposta caso seja aprovada pelo Legislativo com aumento da carga tributária.
Na tarde desta terça-feira (20), Bolsonaro afirmou que seu governo "não terminou em 2020 e começa agora" neste ano, após desafios trazidos pela pandemia da covid-19. "Assumimos em 2019 o Brasil com muitos problemas, mas conseguimos montar um ministério técnico que começou a trabalhar muito bem", disse. "Lamentavelmente, tivemos a pandemia em 2020 que persiste até hoje e a pandemia fez com que botássemos muitos planos e propostas de governo para depois. Tínhamos coisas maravilhosas que infelizmente não aconteceram", completou.
CPI da Covid
Durante a entrevista, o presidente também reforçou críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado e admitiu que o governo enfrenta percalços impostos pelos resultados de investigações da comissão, cujo foco é a omissão do governo federal nas políticas de combate à crise sanitária. "Falta mais transparência para esses órgãos para buscar a verdade do que aconteceu nesse período. O desgaste existe, mas temos tranquilidade de que venceremos essa fase", disse.
As críticas à comissão em tom mais moderado destoam de declarações recentes nas quais o presidente se referiu aos parlamentares que a lideram como "otários" e "patetas". O fato mais recente que motivou ataques do Executivo foi a divulgação de vídeo no qual o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello aparece em reunião com intermediários para a compra de vacinas Coronavac quando chefiava a pasta. O material vai de encontro com declarações de Pazuello em depoimento à CPI, na qual disse que não se envolveu em tratativas pela aquisição de vacinas por motivos éticos.
Bolsonaro destacou iniciativas de produção da matéria prima da vacina contra o coronavírus AstraZeneca, o IFA, em território nacional, o que, segundo ele, ajudaria a reduzir gastos com imunização da população. "O gasto é grande e nós podemos com a nossa tecnologia fazer a vacina aqui, porque, infelizmente, ao que tudo indica, essa vacina não vai nos deixar tão cedo."
Agência Estado
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