Ao anunciar que o novo Bolsa Família deve pagar um benefício de R$ 300, em entrevista nesta terça-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro forçou a equipe econômica a encontrar fontes de recursos para bancar a reformulação do programa nos moldes desejados pelo chefe.
Segundo assessores do ministro da Economia, Paulo Guedes, a pasta terá de promover cortes de gastos em outras áreas para elevar o valor do Bolsa Família, que hoje paga no máximo R$ 190 mensais.
"Vamos ter de cortar de outras áreas para aumentar para esse valor defendido pelo presidente", afirmou um assessor ao blog.
A reformulação do Bolsa Família está sendo feita pelo ministro da Cidadania, João Roma, em negociação com o Ministério da Economia. Inicialmente, a ideia da equipe econômica era elevar o valor para R$ 250 e ampliar o número de famílias atendidas – das 14 milhões atuais para 20 milhões.
O novo valor defendido por Bolsonaro, agora, terá de ser analisado pela equipe de Paulo Guedes.
O programa também deve mudar de nome como parte da estratégia de Bolsonaro para tirar o vínculo do Bolsa Família com o presidente Lula, já mirando nas eleições presidenciais de 2022. No passado, o governo já falou em "Renda Brasil" e "Renda Cidadã". O nome "Alimenta Brasil" também é cogitado.
Em 2020, a GloboNews mostrou as opções do governo para financiar um novo programa sem ferir o teto de gastos.
Prazo acabando
O novo Bolsa Família tem de ser criado ainda neste ano por questões legais, já que o próximo ano é de eleição presidencial.
Até que o novo programa comece a valer, Bolsonaro já avisou sua equipe econômica que a ordem é para que o auxílio emergencial continue sendo pago.
Isso significa que o auxílio criado em meio à pandemia pode ser prorrogado por mais do que três meses – considerando que o novo Bolsa Família só seja aprovado em dezembro, por exemplo.
G1
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