Novembro 23, 2024

Maia diz que inclusão de estados e municípios na Previdência só passa na Câmara com apoio de governadores do Nordeste Featured

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nessa quarta-feira que uma possível inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência só será aprovada na Casa com o engajamento dos governadores do Nordeste . Há uma articulação para que o Senado incorpore os servidores estaduais e municipais ao texto que já passou em primeiro turno na Câmara. Provável relator da reforma da Previdência no Senado , Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que é grande a chance de incluir estados e municípios na tramitação final do projeto.

Em entrevista à GloboNews, Maia citou os governadores petistas Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE) como defensores da reforma, mas cobrou que os chefes dos executivos estaduais convençam os parlamentares de suas bancadas para que a possibilidade de inclusão tenha sucesso.

– O tema dos estados tem dois obstáculos enormes. Vimos na própria votação da reforma federal temas muitos sensíveis, que são professores e policias militares. Um tema que foi problema também no primeiro turno (na Câmara) é a relação de parlamentares do Nordeste com governadores. Para que essa reforma (seja aprovada), voltando do Senado, vai precisar ter mobilização grande dos governadores do Nordeste. Senão, é obstáculo muito difícil. Se for tratar de professor e PM, não é fácil. Bancada da segurança pública tem voto pata suprimir o que quiser. E hoje acho muito difícil que um tema que trate de professor tenha sucesso no plenário da Câmara. Ou Senado vai construir texto que não trate diretamente desses dois temas, que trate da alíquota extraordinária... Com temas mais objetivos, acho muito difícil. E sem a participação dos governadores do Nordeste, acho quase intransponível colocar estados na reforma – afirmou Maia.

A reforma foi aprovada semana passada no plenário da Câmara com 379 votos favoráveis. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), é necessário um novo turno de votação, o que vai ocorrer em agosto, na volta do recesso.

O presidente da Câmara reafirmou que, nos últimos dois meses, a relação do Parlamento com o Poder Executivo melhorou, mas ressaltou que faltam ao governo projetos além da agenda proposta pela equipe econômica. Segundo ele, outros ministérios precisam entrar em ação para resolver questões concretas, como o desemprego.

– Um país em que havia expectativa de crescimento de 2,5% e está caindo para zero, tem alguma coisa errada com o governo. Estamos (Câmara) colaborando, fizemos a Previdência. Até início de agosto, vamos ter projetos que consideramos importantes para a infraestrutura, para ajudar com a pauta. Se o Parlamento está trabalhando, e a gente tem a economia parada, quem está cuidando do desempregado, das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza? As pessoas que voltaram a ter fome? Quem está articulando isso com prefeitos e governadores? Governo ficou focado nos nichos e não focou em politica macro nas áreas que já citei – disse Maia.

Reforma política
Sem tratar de prazos de votação, o presidente da Câmara afirmou que um grupo de deputados passou a defender uma nova reforma política, com a adoção do distritão. Maia diz que aceita levar o assunto adiante desde que o modelo funcione apenas como uma transição para o voto distrital misto. Ele também defendeu que seja discutido a volta do financiamento privado, com limites de doações estabelecidos para conglomerados empresariais.

– Se for para colocar no texto que, numa eleição é distritão, e na próxima é distrital misto, eu aceito a transição. Só distritão vai destruir partidos, mas se esse for o preço a pagar para ter distrital misto, eu acho que pode ser boa ideia tentar avançar nisso – avaliou Maia, acrescentando o posicionamento sobre o financiamento eleitoral. – Alguém tem que financiar o processo eleitoral. Imaginar uma eleição municipal sem financiamento público e empresarial, tirando duzentas cidades, todas vão ter caixa dois. Qual minha tese: que a gente deveria voltar com financiamento privado, limitando valor por conglomerado e valor que cada candidato pode receber de conglomerado. Ou sistema híbrido, voltar com sistema privado no limite, para que não precise ter incremento de valor no financiamento público.

Em um dos momentos da entrevista, Maia foi perguntado sobre a relação pessoal com Bolsonaro e brincou dizendo que, ao acordar, sempre checava se havia mensagens do presidente em seu WhatsApp, mas não as encontrava. Na volta de um intervalo do programa, o presidente da Câmara contou que acabara de receber uma mensagem do presidente com um “Te amo”, seguido por uma risada. Maia disse que respondeu ao texto com a imagem de um coração.

O Globo
Portal Santo André em Foco

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